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Arquitetos: Atelier do Corvo
- Área: 12334 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Maria Bicker, Rita Caniceiro
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Fabricantes: A. Baptista de Almeida, S.A., AutoDesk, Dierre, Ecosteel, Exporlux, Graniplac, Isomarca, OTIIMA, Power Code, Reninstal, Schmitt & Sohn, Sistclima, Sistmava, Verdasca, Vicaima
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício Bento Menni tinha uma estrutura funcional e espacial inadequada aos requisitos que uma unidade de saúde deve cumprir hoje, necessitando, portanto, de uma mudança profunda. O novo programa implicou o aumento da área de implantação do edifício, crescendo em direção a este e aumentando a sua profundidade, além de adicionar um piso ao invés do telhado de duas águas existente. Todas as paredes externas e internas foram demolidas e apenas os elementos estruturais foram mantidos. A reorganização espacial centrou-se na possibilidade de criação de generosas e luminosas áreas de circulação de dimensões variáveis que permitem a criação de salas informais, transmitindo maior conforto e dinamismo aos espaços, em contraste com a habitual frieza de espaços de circulação de outras unidades de saúde.
Integrados num amplo complexo da Casa de Saúde das Irmãs Hospitaleiras de Condeixa, foi proposto um conjunto de três edifícios funcionalmente autónomos que procuram uma unidade formal - um maciço rochoso, uma montanha artificial - que exige representatividade urbana e simbólica, que antes não existia. Ao esclarecer a relação com o resto do grupo, a solução reavalia a centralidade da igreja pré-existente.
No novo Edifício Administrativo e de Receção, que se conecta com a unidade de saúde, as capelas mortuárias e a capela, também estão localizadas as áreas de apoio aos funcionários. O percurso destas três unidades formais foi desenhado como um passeio arquitetónico, começando na praça de receção externa que termina na cobertura do edifício Bento Menni. Neste projeto pretende-se desenvolver a densidade e o peso de um programa e a sua volumetria através da vibração da luz na superfície que a estereotomia permite.
A presença dos elementos estruturais neste projeto foi essencial na sua conceção. Foram mantidos os pilares, vigas e lajes do edifício existente, estando as vigas e pilares presentes nas áreas comuns e sociais, marcando um ritmo e cadência essenciais na sua composição. Foi a presença da estrutura como elemento de composição central deste projeto que permitiu a ligação e integração de tão diferentes volumes e funções. Os novos elementos estruturais são em betão aparente e sua presença é evidente no contacto com o solo.
A densidade do programa e a sua consequência volumétrica fizeram-nos querer acentuá-lo, pelo que optámos por um revestimento em pedra. Na Casa de Saúde já existe um edifício em granito, pelo que a pedra escolhida foi o granito, mas azul, pelas possibilidades plásticas que apresenta, nomeadamente com a luz ao longo do dia e a chuva. A pedra foi cortada em elementos longitudinais de 100 cm a 150 cm e 5,7 e 11cm de altura por 11cm de espessura. Essas medidas foram definidas pelas janelas e portas necessárias. A sua espessura foi marcada nas janelas e batentes das portas, como se faz tradicionalmente na construção em pedra.