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Arquitetos: Oficina X
- Área: 350 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Leonardo Méndez, Daniel Ojeda
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Fabricantes: AutoDesk, Chacore Concretos, Comercial Santo Domingo, Cype Software, Deca, Ftool, Inatec, LUMINOTECNIA, Portinari, Trimble Navigation, Uddo
Descrição enviada pela equipe de projeto. Uma casa pré-existente de azulejos coloniais, perto do lago e no meio da floresta. San Bernardino, uma cidade onde a poesia se torna matéria. Abstraímos a essência da casa e a desconstruímos. As longas linhas horizontais que surgem do existente transformam o objeto em uma paisagem. O genius loci se manifesta através da floresta e, portanto, compreender sua essência constituiria o campo de trabalho onde a ideia é construída. Uma árvore articula o acesso entre grossas paredes de terra construídas com o próprio solo do local. Uma porta permite que ele seja descoberto.
''Arquitetura é o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes dispostos sob a luz'' - Le Corbusier. Costumamos considerar a luz como uma ferramenta de observação, porém, o que aconteceria se invertêssemos essa premissa, poderíamos eventualmente conjeturar a hipótese de que os objetos são manifestações de luz. Portanto, bem se poderia afirmar kantianamente que a arquitetura é o sábio jogo de luzes que adquire qualidades morfológicas visíveis e tangíveis. Sob essa premissa, o projeto é desenhado com base em transições de luz que emulam a atmosfera da floresta e conferem um resultado extraordinário. Luz-sombra-penumbra.
Quando Niestzche expôs a centralidade do corpo, ele revelou a essência de "tudo o que existe". Nós projetamos colocando o corpo como centro, ideias abstratas para o deleite do espírito. Nietzsche afirma que o que chamamos de "espírito" nada mais é do que a razão do corpo. As altas temperaturas do local revelam a busca pela sombra, onde o corpo se projeta. A beleza de um espaço perfeitamente equilibrado para os sentidos, esse espaço é a essência do que é verdade.
O elemento central é a galeria, espaço intermediário entre o interior e o exterior, onde os limites se confundem, estamos dentro e fora ao mesmo tempo, em ligação estreita com a natureza. Isto constrói uma relação com a galeria pré-existente e articula todos os espaços mas, sobretudo, constrói o silêncio. “O belo não é uma substância em si, mas apenas um desenho de sombras, um jogo de claro-escuro produzido pela sobreposição de diferentes substâncias... da mesma forma, a beleza perde sua existência se os efeitos da sombra forem suprimidos”. Elogio da sombra - Junichiro Tanizaki.
Habitar cada espaço é participar de sensações plásticas ligadas ao lugar através da sombra. A desmaterialização do plano superior abstrai a essência da floresta cujo plano inferior é usado como tapeçaria onde ora desenhamos sombras, ora luz. É a sombra que cria aquela atmosfera, a abstração da floresta. A arquitetura desaparece, a arquitetura é a floresta.
