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Arquitetos: Edition Office
- Área: 424 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Ben Hosking
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Fabricantes: Focus
Descrição enviada pela equipe de projeto. Na arquitetura, especificamente a casa, é um ato de permitir abrigo, um meio através do qual, permite a moradia e a experiência contínua de um tempo e lugar em particular. Nas colinas do seu interior, a Casa Federal atua tanto como um recipiente experiencial para o local, quanto como um objeto condicionador, conscientemente ciente de seu status de forasteiro na propriedade e legado tradicionais da paisagem.
O projeto foi considerado como um veículo, para uma relação entre "local e modificador", o lugar e o objeto, previsto para permitir múltiplas leituras, a partir ou fora dele.
À distância, o edifício é recessivo, uma sombra na vasta paisagem. Na chegada, a quinta fachada do projeto, a cobertura, transfere a casa para um relevo acentuado, um objeto preciso propositalmente estranho à paisagem de Bundjalung, e ao profundo quadro temporal da herança indígena em que se encontra. Em uma inspeção mais atenta, uma pele externa altamente texturizada de ripas de madeira espessa contrasta com o sentido anterior de um tectônico usinado, permitindo que gestos de material orgânico impulsionem o diálogo com a intimidade física humana.
Uma releitura da tipologia das casas coloniais, a casa carrega o DNA da varanda, em um envelope rigidamente controlado, permitindo que espaços íntimos e sociais modestamente escalonados, se expandam para um espaço coberto ao ar livre. Esta expansão e contração do interior permite deslocamentos entre o privado e o público, entre a paisagem imediata e a expansiva paisagem ao norte. A varanda profunda permite o surgimento de um gradiente de sombras, que surge entre os limiares internos e externos, aumentando a sensação de santuário do entorno, e suas condições climáticas variáveis. O cômodo permite a estadia mesmo em chuva torrencial, além de evitar o sol ardente do meio-dia.
Ancorado ao projeto, abaixo da plataforma superior está uma piscina subterrânea, ligada a um vazio posicionado no coração da casa. Ao entrar, esse vazio permite um vislumbre, através das samambaias e da massa de água parada abaixo. Inversa em relação ao pavimento superior, em expansão, o percurso para o vazio da piscina revela uma grande interioridade, a materialidade superior, mais leve, dá lugar a uma massa pesada, aterrando o edifício e trazendo consigo um senso de lugar elevado. Ao entrar na água, o edifício torna-se um instrumento fenomenológico. O horizonte espelhado na piscina atrai o usuário para sua borda, e de volta para a plataforma do jardim, seu volume cavernoso se assemelha mais a um lago de água doce do que a uma piscina olímpica clássica. As discussões com o cliente foram baseadas em textos de Zumthor, Tanizaki e Pallasmaa, e assim permitiram a jornada para essa condição atípica. Por isso, eles devem ser aplaudidos por se aventurarem no desconhecido.
Todos os espaços são naturalmente ventilados com o ar aspirado através da superfície mais fria da piscina, e para os espaços superiores da varanda circundante, ajudando a estabilizar a temperatura ambiente em toda a casa. A água da chuva é colhida em um tanque de 60.000 litros. O edifício utiliza um sistema de tratamento aerado de águas residuais e inclui uma infra-estrutura para utilizar uma matriz solar fotovoltaica no galpão de armazenamento, planejado para o futuro.