-
Arquitetos: Curious Practice
- Área: 134 m²
- Ano: 2020
-
Fotografias:Katherine Lu
-
Fabricantes: ABI Interiors, Bosch, Caroma, James Hardie, Koskela, Ludovica & Roberto Palomba, Lysaght, Prestige Carpets, Stone Baths
Descrição enviada pela equipe de projeto. O que começou como uma pequena reforma e ampliação, para acomodar uma jovem família de cinco pessoas, logo se transformou em uma demolição e reconstrução, depois que o local e a casa foram considerados insalubres devido ao extenso e indocumentado afundamento de minas abaixo da propriedade. Esta circunstância deu a oportunidade de propor uma abordagem mais rigorosa do briefing original; promovendo uma maior conexão entre os espaços internos, os variados espaços de vivência ao ar livre e o jardim.
A casa existente térrea e as ampliações nada simpáticas consumiram a maior parte do local, o que restringia o espaço externo para as crianças. A pequena área de 55 m² da nova residência responde ao modesto orçamento, priorizando a conexão da área de convivência através de grandes aberturas na paisagem, 'salas' ao ar livre, jardins, e a retirada de recintos supérfluos, como as garagens.
Tais estratégias promovem e mantém ainda mais o subúrbio verde e frondoso circundante, além de proporcionar oportunidades para conexões de convívio com a rua, em preferência aos limites murados. O contorno irregular do local comprime o jardim nos cantos da edificação, proporcionando áreas de plantio variadas e conectadas, para que crianças e animais se movimentem entre si ao longo do dia — perseguindo a luz e o abrigo. Conforme se desenvolvem com o tempo, os jardins vão revelando caminhos escondidos, projetados para o consumo exuberante de folhas do edifício.
As áreas sociais têm vista para os espaços ajardinados e para a rua, enquanto as áreas de serviço, com o mínimo de envidraçamento, protegem a face sudoeste das duras tardes de verão. O baixo impacto gera um bom acesso solar a todas as áreas da casa e uma ventilação eficaz em fluxo cruzado. A sombra profunda no pavimento térreo, criada por grandes balanços e árvores da rua existentes, mantém a zona fria, mesmo durante os dias mais quentes do verão australiano.
O pavimento superior proporciona privacidade aos quartos, enquanto um vislumbre do teto com vigas e as luzes de ventilador sobre as portas do jardim mantém um diálogo entre a família, onde quer que eles estejam na casa. A orientação cruzada do térreo e do primeiro pavimento proporciona oportunidades para organizar volumes que se comprimem, e abrem para definir limites e espaços. As mudanças de nível também guiam o percurso através da casa; o local, o ambiente e a mudança das texturas do jardim tornam-se parte fundamental da experiência diária dos habitantes.
A abordagem da materialidade deveria ser robusta, honesta e modesta, criando um visual completo e subjugar a arquitetura contra a vibração da paisagem em crescimento. Isto foi conseguido através do desenvolvimento de uma paleta predominantemente cinza de chapas de fibrocimento não pintadas; chapas de aço galvanizado; cercas com correntes; concreto; LVLs não pintados e ripas de madeira. Assim proporcionando uma paleta econômica, prática, textural e resistente ao dia-a-dia; envelhecendo graciosamente com o uso e o tempo. A tela foi projetada para incentivar o crescimento do jardim, para um dia dominar gradualmente o exterior do edifício, reduzindo sua presença neste subúrbio já estabelecido, e rico em jardins.
