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Arquitetos: FRES Architectes
- Área: 16 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Yves André
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Fabricantes: ATEA, Atlas Schindler, FLOS, HOAC, IMPACT LD, LUCE-ms, Regent, Secante, Wicona, sammode
Descrição enviada pela equipe de projeto. O novo Comédie é mais que um teatro, não é apenas um local de apresentações teatrais, com duas salas, mas também um local de criação, com grandes workshops. Estes espaços fazem o Comédie um verdadeiro centro de criação artística, reunindo todas as profissões do teatro sob o mesmo volume.
O caráter “show factory” foi decisivo para a concepção do projeto, que deveria ser ao mesmo tempo, um equipamento hiperfuncional e um edifício único com identidade própria.
O projeto posicionou as salas de espetáculos no centro do volume, com uma articulação de programas que geram um corte transversal único, conferindo identidade ao edifício. Os espaços de circulação, públicos e privados, estão localizados nas fachadas que circundam os programas aos quais dão acesso.
Enquanto os teatros clássicos distinguem o volume do palco como o elemento central da composição, o perfil característico com diferentes volumes do projeto expressam a multiplicidade de atividades que ocorrem no novo teatro.
O espaço do átrio, generoso e transparente, cria ligações entre o interior e o exterior, e expressa a abertura do teatro à cidade. O foyer cruzado dá acesso às duas circulações, e configura uma conexão alternativa entre os dois espaços públicos que circundam o edifício.
A arquitetura, discreta e neutra durante o dia, expressa o caráter de um lugar de criação e produção. À noite, uma leve encenação transforma o edifício em um local de performance, afirmando sua presença na cidade, e convidando o público para a magia do show.
O edifício acomoda duas salas complementares. Cada um delas possui uma identidade própria, tanto do ponto de vista arquitetônico quanto cenográfico.
O salão maior é concebido na continuidade do teatro europeu, ao estilo italiano, com uma relação pré-estabelecida entre o palco e o hall. O envelope da construção é feito com uma casca dobrada e facetada, como um origami, que acomoda todos os dispositivos acústicos e de luz, específicos de uma sala de teatro.
O hall modular, tipo caixa preta, é dedicado à experimentação. Um volume elementar e neutro, com sistema de arquibancada modular, que permite múltiplas configurações. As paredes são revestidas com ripas de concreto reforçado com fibras, cujos padrões garantem uma excelente acústica.
Às duas salas são espaços altamente técnicos do ponto de vista cenográfico. O objetivo era integrar todos os requisitos técnicos na expressão arquitetônica, criando um espaço poético capaz de acolher o espectador, como uma ruptura entre o cotidiano e a magia do espetáculo.