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Arquitetos: André Scarpa, Rosário Pinho
- Área: 170 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:André Scarpa
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Fabricantes: Arnô Leonhardt - Leonhardt Móveis e Decorações, Astélio da Silva Branco, Fabrinox, Mabrotec, Margem Blocos de Vidro, Moredo, Securit, Serralheria Volpi, Vitória Stone
Descrição enviada pela equipe de projeto. O apartamento com cerca de 170m2 localizado no bloco D do COPAN preservava a planta original projetada para uma das curvas do edifício. Por se tratar de um andar baixo, as principais paredes (radiais) são de concreto e estruturais. As paredes em alvenaria eram poucas e foram todas demolidas.
A organização trazia uma clara divisão de funções, sendo a cozinha um corredor de conexão entre área social e dependências de serviço. A sala e dois dos quartos tinham como limite a emblemática fachada de brises, enquanto o terceiro quarto obtinha iluminação através de uma janela menor voltada para a área de serviço na fachada sul. Nesse espaço os cobogós e a ventilação haviam sido barrados por um peitoril e janelas de alumínio colocadas pelos proprietários anteriores.
A intervenção proposta apresentou duas frentes: evidenciar (e por vezes recuperar) elementos originais propostos por Niemeyer e Carlos Lemos; e atualizar os espaços para o uso contemporâneo de seus novos moradores.
Os cobogós voltaram a ser abertos e uma nova fachada foi criada. Definiu-se um plano de portadas camarão de serralheria e vidro que permitiu que a cozinha, um dos quartos e um novo corredor se abrissem para a varanda que passou a ocupar a antiga área de serviço.
O corredor citado configurou-se a partir da eliminação do quarto de serviço e da reorganização do banho maior, a fim de promover uma conexão mais fluida de todos os ambientes. Uma parede de tijolos de vidro delimita a área molhada e trás luz natural tanto para o banho maior quanto para o banho menor. Este último foi ampliado aproveitando um trecho da área do quarto principal para a implantação do box.
As paredes de alvenaria entre os quartos e o corredor original deram lugar a um volume de marcenaria que integra rouparia, duas portas pivotantes e armários para os quartos.
A cozinha linear avançou sobre a área social, ocupando parte do hall que passou a ter uma escala mais controlada. O fechamento com três painéis de serralheria e vidro pontilhado permitem escolher o grau de abertura que se quer para a sala.
Os painéis de madeira, tijolos de vidro e a pedra utilizada nas bancadas e paredes reverberam soluções de acabamentos presentes na arquitetura residencial de Niemeyer. As áreas molhadas receberam granilite semelhante ao da galeria do térreo do edifício, e os tacos de demolição em peroba rosa completaram as restantes áreas, dando continuidade aos trechos ainda preservados que se encontravam nos quartos.
A retirada do estuque do teto das áreas principais revelou o belo desenho da laje nervurada executado de acordo com pranchas do projeto do edifício consultadas na biblioteca da FAU-USP.
A iluminação das áreas sociais e quartos foi modernizada, mantendo a solução de alimentação apoiada nas paredes, deixando os tetos livre de instalações.