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Arquitetos: Meritxell Inaraja
- Área: 524 m²
- Ano: 2021
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Sindicato dos Trabalhadores de Gavà tem um edifício emblemático, testemunha de um momento histórico chave, que surgiu em 1934 a partir de uma iniciativa de trabalhadores de oficinas e operários da indústria que aderiram ao movimento cooperativo. O movimento teve a visão de contratar o projeto dos arquitetos Josep Lluis Sert e Josep Torres Clavé, membros do GATCPAC, que naquela época já se destacavam e cujas obras resistem ao tempo. Ao projetar este edifício, localizado na Rambla de Gavà, Sert partiu da função para o qual foi concebido; um espaço que no interior devia fomentar sinergias e colaboração, aberto para o exterior como um catalisador para a cidade. O resultado é um projeto que aplica os princípios da arquitetura racionalista. As dimensões humanas do projeto são uma clara influência da Escola Bauhaus.
O projeto atual responde à necessidade de reabilitar um edifício emblemático, concluído em 1936, perdendo sua função original devido às consequências da Guerra Civil. O objetivo da reforma é recuperar a função para a qual ela foi concebida, adaptando-a às necessidades e ao contexto atual. O edifício possui três pavimentos, onde originalmente o subsolo era usado como armazém e serviços aos membros. O pavimento térreo era utilizado para vendas e administração, enquanto o primeiro pavimento era um espaço social com uma cafeteria. Felizmente, alguns dos elementos arquitetônicos mais significativos e representativos da arquitetura do GATCPAC foram preservados a partir deste período, apesar das diversas intervenções que o edifício sofreu. Parte da fachada foi preservada, bem como a estrutura de planta livre com pilares e vigas metálicas, forros com abóbadas de cerâmica, e a escala circular característica da arquitetura de J. Ll's. Sert. O objetivo da reforma era restaurar o edifício ao seu estado original, dotando-o das características de um edifício para uso público contemporâneo. Para tanto, foram eliminados os elementos supérfluos que haviam sido agregados à obra original, retornando a linguagem arquitetônica que buscava a essência, a sobriedade e a economia baseada na racionalidade proposta por Sert. A recuperação da fachada principal, com o seu cromatismo característico foi priorizada, bem como, à conservação e valorização dos elementos estruturais originais e dos acabamentos como a escadaria, os corrimões e a carpintaria.
A adaptação a legislação atual inclui a instalação de um elevador em um ponto estratégico do edifício que, com o menor impacto, lhe proporciona a acessibilidade necessária. Da mesma forma, as instalações foram localizadas nas extremidades para preservar a planta livre do edifício. Para aproveitar as múltiplas transformações que a área de serviços sofreu, este foi esvaziado para criar um pé direito triplo e uma nova escada de comunicação, com a união vertical de todos os pavimentos, facilitando a sua adaptação a um novo uso. O edifício será utilizado para usos polivalentes ligados ao empreendedorismo dos jovens da cidade, respeitando suas origens como cooperativa. O local vai preservar sonho de um grupo de trabalhadores que deixou um legado, um símbolo de um movimento cooperativo internacional e testemunho de um estilo arquitetônico que mudou a forma de entender os edifícios, sua relação com as pessoas e seu meio ambiente, além de sua dimensão política, econômica e social.