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Arquitetos: Federico Craig, Marianela Sarghini
- Área: 161 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Javier Agustín Rojas
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto se originou da necessidades dos clientes por uma casa própria. Para nós, as motivações superam as necessidades básicas habitacionais e nos dão a oportunidade de colocarmos em prática o que já discutimos em pesquisas, tanto em nossa atuação profissional ou como docentes.
O local escolhido foi um pequeno terreno de 10 por 20 metros no bairro do Hipódromo, em La Plata. Este bairro, apesar de localizado em uma parte bem consolidada da cidade, tem características de bairros residenciais mais afastados. O desafio de construir em um lote tão pequeno foi bastante motivador, pois a criação de espaços abertos e semiabertos é algo muito difícil de se fazer, comparando com projetos feitos em grandes lotes encontrados fora da região central da cidade.
O programa de necessidades e o projeto arquitetônico se transformaram ao longo do processo e acabaram se distribuindo em três andares. Embora as dimensões dos cômodos não sejam generosas, espaços intermediários, espaços de expansão e a conexão entre eles assumem o protagonismo do projeto, além de adquirirem fluidez e união a partir do uso da rampa. Encarregam-se de ampliar o limite perceptivo dos interiores e qualificá-los, ultrapassando o que foi definido pela materialidade.
A inclusão, consciente ou não, de conceitos de uma obra icônica de nossa cidade, a casa Curutchet de Le Corbusier, fica clara quando se observa o processo de projeto desta casa e seu resultado. As posturas frente ao contexto, os espaços de transição entre público e privado, a revisão programática e a valorização dos espaços intermediários são alguns desses elementos de referência mais evidentes.
A ênfase dada aos materiais e como se relacionam com o local é indiscutível. A escolha de cada um dos materiais se deu por preferências sensoriais e características relacionadas à sua nobreza e, sobretudo, durabilidade. O trabalho de escolha dos materiais procurou não fazer oposição aos elementos estruturais e de fechamento, mas trazer uma coerência através da composição. Como resultado, a sequência dos espaços, ou promenade architecturale, confere a vocação e a expressão de cada um deles. Conectam entre si sem perder a leitura do todo.