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Arquitetos: Amórfik_oficina criativa
- Área: 54 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Brenda Pontes, Johanna Lieskow
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Fabricantes: Coral, Ordenare, Tramontina
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Arquitetura Viva de Amórfik, Oficina Criativa, se baseia no pressuposto que tudo está em movimento, nada é permanência, tudo é fluxo.
Por se tratar de uma reforma de baixo custo, e ter como fio condutor da proposta a criatividade, o projeto nasce de uma especulação de possibilidades, um desenho informal inicial e que vai crescendo e se desenvolvendo de acordo com o desenrolar da própria obra. O local de intervenção é o meio-subsolo de um edifício existente no centro de Curitiba, que anteriormente abrigava três salas muito úmidas, que foram integradas e ventiladas permanentemente para dar lugar à oficina criativa.
Durante o processo de demolição, elementos como portas e janelas foram aproveitadas como elementos da paisagem, e a caliça serviu de enchimento para os bancos de concreto, que estão tanto no interior quanto no exterior do espaço. Revestimentos cerâmicos foram retirados, e todo acabamento de pisos e paredes ficou em estado bruto à fim de deixar a umidade que um dia se estabeleceu, fosse embora.
Além do aspecto sintático, a semântica por trás da ideia se dá por acreditarmos que um espaço em processo faz com que os alunos e clientes da oficina que buscam desenvolver seu olhar criativo, consigam se expressar com mais naturalidade quando estão ali.
O mobiliário é reaproveitado ao máximo – desde cadeiras, tapetes, peças soltas – tanto de casas de amigos e família, quanto de antiquários. As paredes novas não receberam cal fino, por existir o desejo de deixar registrado nas paredes aquilo que já existia – e que por isso está com mais acabamento – em relação às novas paredes.
É na memória do tempo que o espaço da oficina vai se dando, e vai contando sua história sem censura. As grandes mesas em concreto são porosas – desde a área de cerâmica, papelaria até a bancada da copa.
É uma crítica concreta à arquitetura asséptica que nega a humanidade de quem habita, em nome de uma estética sem experiência ou surpresa. Uma crítica à repetição desumanizada de elementos prontos. E é exatamente isso que se deseja: que o visitante vá descobrindo cantos e contos num espaço inusitado.