-
Arquitetos: Fran Silvestre Arquitectos
- Área: 285 m²
- Ano: 2022
-
Fotografias:Fernando Guerra
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto fala sobre o estabelecimento de limites e a permeabilidade dos mesmos. A primeira fronteira é estabelecida entre a rua e o espaço livre da casa. Em Burriana, como em muitos municípios, os regulamentos estabelecem uma dimensão máxima para o fechamento opaco com o restante da altura feito de uma materialidade permeável. Decidimos, talvez influenciados pelo portão que Andreu Alfaro e Emilio Giménez desenharam tanto na casa como no ateliê do escultor, fazer esta fronteira como um filtro opaco para as vistas e transitável para a luz e o ar, com uma materialidade constante em toda a sua altura.
Esta linha fina construída com perfis de alumínio, dispostos em um ângulo que impede a visão do exterior, desenha um pátio com quase toda a superfície disponível. A área climatizada é limitada por esquadrias de vidro de grande formato, gerando a sensação de que todo o terreno é o espaço principal da casa. A dimensão do espelho d'água busca ampliar a percepção de amplidão desse espaço. No pavimento superior estão os quartos privados da casa, um volume que visa levitar é desenhado com a mesma materialidade do interior, uma espécie de véu para ver sem ser visto. A dimensão deste segundo pavimento ultrapassa o espaço fechado do térreo, gerando terraços e lançando outra fronteira, neste caso imaterial, a sombra.
O foco é dado em um elemento construtivo, o portão, entendido como um tramado construído com elementos industriais que, nesta ocasião define a arquitetura, confere privacidade e caracteriza dinamicamente todos os materiais ao ser atravessado pela luz intensa. Um efeito que sempre nos cativou. Não é por acaso que na arquitetura muçulmana esse elemento tradicional é chamado de masrabiya (maravilha).