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Arquitetos: Guillem Carrera
- Área: 240 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Adrià Goula
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Fabricantes: Cortizo, Grohe, ISIST, Ikea, Ineslam, JUNG, Neolith, Roca, Santa & Cole, Schüco, Vondom
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta casa está localizada em uma área urbana em Santes Creus que se expandiu entre o final do século XX e o início do século XXI. Esta expansão ocorreu por conta de duas áreas destinadas a estacionamento e hospedagem para visitantes do mosteiro, criando, consequentemente, uma nova área residencial caracterizada pelas casas geminadas unifamiliares e que vem se consolidando ao longo dos últimos vinte anos.
Durante o levantamento feito para o projeto, notou-se que a casa localizada a sul aproveita ao máximo a área e o volume edificável permitidos, prejudicando a iluminação natural que chegaria pela face sul. A casa localizada ao norte, por sua vez, é construída em dois lotes e tem uma forma e volume mais típicos de uma residência unifamiliar. Devido a esses fatores, as vistas desobstruídas são a vista leste (o terreno está em uma área de declive acentuado devido ao entorno montanhoso), a vista a norte (porque o vizinho não construiu o máximo que pode dentro dos limites legais, possibilitando a vista do céu a partir do segundo pavimento) e a vista oeste, por onde o terreno se liga com a rua.
Em resposta a estes fatores limitantes, o projeto da Casa 22 segue três estratégias. A primeira consiste em criar um volume escalonado que leve em conta as alturas dos edifícios vizinhos. Em segundo lugar, este volume deve se relacionar com a paisagem através de aberturas para as vistas a leste e a oeste (no térreo e no primeiro andar) e para a vista norte (no segundo andar, já que ultrapassada a altura do edifício vizinho). Dessa forma, garante-se o melhor aproveitamento da luz natural e as melhores vistas. Por último, é necessário criar uma relação volumétrica com cheios e vazios entre os ambientes da casa. Neste caso, eles foram determinados por três grandes vazios (dois espaços com pé-direito duplo e um espaço com pé-direito triplo) dentro do volume construído da casa.
Seguindo essas estratégias, cria-se uma riqueza de relações espaciais e visuais, e colabora para que os diferentes espaços que compõem o projeto sejam amplos, iluminados e se conectados. Para complementar a captação de luz natural, uma claraboia é colocada na cobertura de um dos espaços de pé-direito duplo e conecta visualmente o espaço de pé-direito triplo onde está localizada a escada com o espaço multiuso no segundo andar. Assim, garante-se que a parte central da casa é naturalmente iluminada durante o dia.
A casa articula sua estrutura de circulação vertical através da escada, que é protagonista no interior da residência. Está localizada de forma que conecta os três andares da melhor maneira, tendo destaque nos diferentes espaços concebidos.
O acesso à casa é feito pelo térreo, sendo possível perceber visualmente o jardim dos fundos a partir da entrada e o percurso linear para chegar até lá. No térreo, uma parede transversal separa os ambientes em dois grupos. O primeiro contém a garagem, um quarto e um banheiro e, o segundo, um espaço integrado com cozinha, sala de estar e sala de jantar. Sem mencionar a relação que se tem com o segundo e o terceiro pavimento através dos vazios que unem visual e funcionalmente os ambientes do térreo com a área de estudo e jogos no primeiro andar, e com o espaço multiuso no segundo andar. Dois quartos, uma varanda e um banheiro no primeiro piso e um mirante no segundo piso completam o programa deste projeto.
A eficiência energética foi uma premissa na concepção desta casa. Foi conquistada através de soluções de projeto que permitem captação indireta de luz solar. Estas soluções, juntamente com o sistema construtivo empregado, o estudo exaustivo dos materiais utilizados nas paredes e do seu comportamento térmico, fizeram com que esta moradia obtivesse certificação energética A .