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Arquitetos: Ana Guedelha, Vitrô Arquitetura
- Área: 195 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Maura Mello
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Fabricantes: Alfatec, Casa Brasileira, Casa Cobre, Cerâmica São Luís, Deca, Esquema Vidros, GS Mármores e Granitos, REKA, Rochbeton, Tricô Decor, Trust, Westwing
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto foi pensado a partir de 3 grandes blocos funcionais. O central abrange a escadaria, a marquise e internamente conecta a loja e o café enquanto os adjacentes configuram o salão do restaurante e cozinha de um lado e loja e estoque do outro. Apesar de comportar usos distintos em um mesmo espaço, ambos compartilham a mesma fachada. A marquise em concreto ajuda nessa integração e abriga a chegada do pedestre a partir do café e percorre toda a extensão até a loja.
Uma grande escadaria na entrada foi projetada de modo a respeitar o desnível natural da rua e servir como uma arquibancada sombreada, criando a sensação de alargamento da calçada e o acesso ao imóvel. Em meio a planta livre da loja, um bloco central existente abrigou o programa mais funcional composto por banheiro, estoque e caixa. A cozinha e estoque também foram dispostos de maneira a ter uma entrada de serviços a partir da rua e com uma configuração em L criou-se uma abertura independente para o café.
Para tornar o espaço acessível e permitir melhor fluidez na circulação eliminou-se os desníveis interno. Ao mesmo tempo que essa solução integrou os espaços e aumentou a área útil do imóvel, o deck externo elevou-se ainda mais em relação a rua. Para reduzir esse impacto em relação a rua e tornar o caminhar mais agradável por quem passa pela calçada, foi proposto um grande jardim sob a nova passarela.
Para permitir uma arquitetura possível, evitou-se grandes reformas estruturais no imóvel e parte dos resíduos gerados na demolição foram reutilizados na própria obra: no deck externo, no banco na calçada e no mobiliário interno. Pensando no conceito de gentileza urbana, alguns elementos fizeram parte da proposta como a reforma da calçada, a criação de um banco público, um estacionamento de bicicletas e o bebedouro com água potável gratuita.
A passarela, que também que serve como espaço de contemplação e varanda, foi pensada para permitir uma circulação externa desde a entrada do café até o jardim de PANC’S (plantas alimentícias não convencionais), no deck descoberto. No deck, tirou-se partido da árvore existente que sombreia a área para a criação de um grande banco em concreto e um jardim de PANC’S, além de uma entrada direta para a loja.
A intensão de trazer a luz para o interior do espaço norteou as primeiras decisões projetuais, após a descoberta de vãos existentes que estavam cobertos.
A escolha de materiais e cores partiu dos elementos já existentes no imóvel como o piso e forro de madeira, as paredes em tijolo de barro, e o concreto aparente, somadas à paleta de cores da marca KORUI, que incluía uma variação de tons quentes e terrosos. A mesma paleta se estendeu para o restaurante com finalidade de integrar visualmente os espaços. A madeira aparente, junto com o novo paisagismo, contribuem para uma sensação de conforto e resgatam os valores das marcas de se estar em harmonia com o natureza. Transparências e aberturas, assim como o uso de tons terrosos e mobiliário em madeira acentuam essas características.