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Arquitetos: Formwerkz Architects, Super Assembly
- Área: 726 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Fabian Ong
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Fabricantes: Schüco
Descrição enviada pela equipe de projeto. O objetivo era projetar espaços para momentos familiares íntimos, bem como receber reuniões de família em ocasiões festivas. Os espaços manteriam a privacidade, mas também seriam abertos a vistas, vegetação, luz natural e ventilação. A casa está localizada no centro de Cingapura em um terreno elevado ladeado em três lados por propriedades vizinhas. Os arquitetos conceberam o projeto da casa como uma paisagem contínua, onde os espaços se interligavam, cada um com qualidades definidoras. As estratégias empregadas pelo arquiteto incluem dividir a casa em vários níveis e o uso de janelas e cores. Estes formam a ideia central do projeto e caracterizam a experiência espacial única da casa.
A casa de dois andares e meio com subsolo e piscina não é instantaneamente reconhecível em seus níveis. Mesmo do lado de dentro, uma série de escadarias semelhantes a Escher desfoca a estratificação, reproduz qualidades escalares que enriquecem e aprimoram as experiências ao percorrer os espaços. Os arquitetos também aproveitaram a topografia ondulada do terreno e projetaram dois acessos à casa: um pela garagem do subsolo no nível da rua e outro por uma escada externa ao lado da garagem que leva diretamente à piscina e à área de estar. 80 janelas são distribuídas em ordem aparentemente aleatória em torno de dois envoltórios perfurados – um externo e outro interno – que definem a massa da casa e envolvem seus ambientes internos.
Os espaços principais fluem e se desdobram entre esses envoltórios. A multiplicidade e o posicionamento das janelas permitem um alinhamento – ou desalinhamento – dependendo de onde se está na casa – o resultado é um efeito de camadas com vistas infinitas. Alguém na sala de estar, por exemplo, espiando através de uma janela o espaço central do jardim – santuário interno da casa – encontra a provocação de outra janela emoldurando uma cena que se desenrola de outra parte da casa, e talvez encontre ainda outra janela oferecendo vislumbres de cenas ao ar livre.
Mais do que dispositivos arquitetônicos para conceder vistas, os tamanhos variados de aberturas também moderam efetivamente a entrada da luz nos espaços internos. De fato, os arquitetos queriam criar um tramado espacial rico que permitisse uma experiência de perspectivas mutantes, vistas dinâmicas, a indefinição de limites. A casa capturando e cativando humores e emoções que apenas com o tempo são reveladas. Para a família de três pessoas, cada dia é um mise-en-scène com surpresas deliciosas, nunca monótonas.
O ousado uso da cor pelos arquitetos adiciona interesse visual, especialmente se visto de uma das muitas janelas, inspiradas no movimento de design de Memphis dos anos 80. A escada em caracol carmim chamando a atenção entre os níveis, a tela vermelha que direciona ao lavabo, os guarda-corpos azul cerúleo envolvendo as escadas e os mosaicos coloridos nos banheiros conferem a cada espaço um caráter distinto e enriquecem a experiência do usuário. De fato, os arquitetos foram além da tarefa de projetar a casa para não apenas ser prática programaticamente, mas também divertida e continuar revelando suas facetas ainda a serem descobertas.