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Arquitetos: David Guerra
- Área: 675 m²
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Fotografias:Jomar Bragança
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizada no sudoeste do estado de Minas Gerais, a residência foi pensada, tanto na arquitetura quanto na decoração, como um oásis em um local continental, de altas temperaturas e umidade baixa. Como oásis, refúgio, não poderiam faltar árvores e jardins, cercando a casa em um condomínio de poucas árvores e arquitetura modernista.
As soluções em ventilação e iluminação foram essenciais para trazer o necessário frescor a uma região quente. Dos quatro lados do terreno, se concebeu um largo jardim, projeto de Felipe Fontes, combinado ao jardim de inverno no centro da casa, formando um pátio central, inspirado nas edificações anteriores às soluções tecnológicas de refrigeração, em que o átrio tornava-se tanto espaço de convívio, criando um ponto focal no meio da residência, como área de escape para o ar quente permitindo a troca de calor com o exterior.
Com uma casa em conceito aberto e espaços integrados, as soluções que visam a privacidade tornam-se essenciais. O uso da marcenaria, por meio de portas de correr, permite tanto a integração como a limitação do espaço comum, buscando permitir a simultaneidade de atividades tanto na recepção de visitas, festas e jantares, como nos afazeres da vida privada. O escritório pode ser totalmente integrado, permitindo uma ampliação do espaço, a entrada de iluminação e a expansão da ventilação cruzada. Todos os espaços visam a convergência e a integração.
Os materiais utilizados buscaram refletir o ambiente e contexto do natural: pisos, decks, forro e painéis em madeira freijó, além do uso de revestimentos em cimento, tijolos e pedras. Nas cores, buscou-se refletir o ambiente cheio de vida e afeto, do rosa aos caramelos, dos marrons aos verdes, dos azuis aos amarelos, tanto nas paredes como nos móveis, tapetes, e obras de arte.
O uso do telhado buscou afastar a arquitetura das soluções comuns em lajes planas, trazendo riqueza de tradição e remetendo a solução às antigas soluções de cobertura. Ao mesmo tempo, o uso de detalhes ortogonais visam quebrar a unicidade de significado, criando um interessante diálogo entre o moderno e a tradição. O elemento mais preponderante é o resgate da memória afetiva, prioridade em todos os projetos do escritório.
A ala íntima foi separada em um bloco adjacente, reservada de olhares da área comum. No entanto, foi prioridade pensar a simbiose com o natural, interpondo jardins privativos em toda a extensão das aberturas dos quartos para a área íntima da casa. Assim, os moradores podem usufruir da privacidade sem perder o contato com o natural.
Os móveis, tapetes e adornos tiveram uma curadoria e acompanhamento próximo do arquiteto, aliado a um aguçado olhar e apurado gosto dos moradores, que compreendiam muito bem a necessidade de uma solução à altura em decoração para corresponder às soluções em arquitetura. Assim, o resultado foi uma casa bem construída, repleta de mobiliário, objetos e obras de arte harmônicas entre si.
Por fim, a casa tornou-se um diferencial no município, requinte de sofisticação aliado à simplicidade da natureza. Uma residência de ânimo definitivo, em que os moradores encontram tanto as facilidades da vida moderna como o contato próximo com o natural, com o ar fresco, com o silêncio e o conforto. A síntese é um espaço de boa arquitetura, afetivo, respondendo às rigorosas demandas projetuais de um projeto tão sério quanto uma residência.