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Arquitetos: kurosawa kawara-ten
- Área: 85 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Masato Chiba
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em 2020, com a pandemia de COVID-19, o trabalho remoto foi instalado de forma "semi-compulsória", um estilo de vida muito inovador para o Japão. Com isso, pensava-se que mais pessoas considerariam deixar áreas densamente povoadas, como o centro de Tóquio e a cidade de Chiba, para morar nos subúrbios ou áreas rurais. Em resposta à situação de emergência causada pela crise sanitária, a cidade de Ichihara, na província de Chiba, estabeleceu a “Comissão de Vida e Trabalho de Ichihara”, uma parceria público-privada criada para auxiliar aqueles que quisessem se mudar para a área de satoyama, ao mesmo tempo em que implementava medidas para prevenir a infecção.
Yosuke Takahashi, que trabalhava como membro dos Voluntários de Cooperação para o Desenvolvimento Regional na área de Kamo, no sul da cidade de Ichihara, antes da pandemia, estava desenvolvendo um projeto chamado "Kaitakusha" que se apropria de casas vazias e as aluga. Por meio dessa iniciativa, a imigração individual receberia auxílio, como parte da Comissão de Vida e Trabalho, e o plano era usar uma casa vazia atrás da Estação Yorokeikoku para criar uma base de operações.
A casa principal era uma edificação muito atrativa, mas devido ao orçamento, às obras e à dificuldade de concepção e construção, optou-se por utilizar apenas o volume isolado.
O desenho foi baseado no conceito de Kaitakusha, "Luz nas casas vazias", e foi guiado pela ideia de iluminar casas vazias que são consideradas desnecessárias para os proprietários e moradores locais, mas atraentes para pessoas de fora, e conectá-las à próxima geração.
Em primeiro lugar, foi escolhida a "Casa Chonan", uma moradia para o filho mais velho feita de novos materiais de construção ao lado de uma magnífica estrutura de madeira tradicional, como um símbolo da diferença de valores. Com isso, nos perguntamos se poderíamos trazer à tona o potencial da "Casa Chonan", onde havia vida comum no campo.
Dessa forma, decidimos remover todas as paredes não estruturais que dividem o espaço interior, porque a estrutura de madeira convencional facilita o planejamento do reforço necessário. Em seguida, havia uma estrutura de galpão que foi construída com materiais comuns e possuía um forro escondido, com a fundação feita de blocos de concreto. Ela deveria ser reforçada, mas não havia orçamento para transladar a casa, então decidimos marcar parcialmente fundação, mantendo a estrutura superior. Ao cavar um pouco de terra extra neste momento, um espaço de duas camadas foi criado e reconfigurado com pouca alteração na forma externa.
Ao criar uma grande janela na face norte do segundo nível, gerou-se um espaço de escritório onde as pessoas podem trabalhar enquanto observam a paisagem do vale.
O solo escavado para a fundação foi usado como acabamento para o painel da bancada pela técnica do estucador Tokura, e os tijolos criados na oficina serviram de revestimento para o balcão da recepção.
Para o interior e exterior, carvalhos, cerejeiras da montanha e magnólias foram cortados e moídos de madeiras duras que não eram mais usadas.
O espaçoso ambiente não é apenas para jovens ou futuros imigrantes, mas também para pessoas locais que têm um bom relacionamento com os Kaikyakusha, que frequentemente visitam à casa.