Centro de Visitantes Banco dos Cajuais - Aquasis / Rede Arquitetos

Curadoria de Susanna Moreira

Arquitetos: Rede Arquitetos
Área: 33 m²
Ano: 2021
Fotografias:Igor Ribeiro

Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto se trata de um espaço expositivo e educativo da ONG Aquasis - Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos - para receber visitantes na praia de Picos, litoral leste do Ceará. Além do edifício principal, foi pensado também o muro de acesso ao terreno, onde já funcionam outras edificações da ONG, e a organização dos fluxos internos.

O centro servirá para apresentar os projetos da ONG de preservação de espécies da fauna do nordeste brasileiro em ameaça de extinção, em especial à biodiversidade do Ceará. O espaço receberá visitação de instituições, população local e turistas, de forma a propagar o conhecimento sobre a conservação ambiental na região.

Centro de Visitantes Banco dos Cajuais - Aquasis / Rede Arquitetos - Fotografia de Exterior — © Igor Ribeiro

Contando com um orçamento bastante limitado, inicialmente foi sugerido um espaço hexagonal, a partir de outros centros similares. Entendendo que o projeto se tratava de um espaço com programa bastante livre e cujo maior limitante seriam os custos, o hexágono mostrou-se uma forma mais fechada e de difícil manipulação, o que tornaria difícil o processo do projeto com tantas restrições.

Centro de Visitantes Banco dos Cajuais - Aquasis / Rede Arquitetos - Fotografia de Interiores, Janela, Viga — © Igor Ribeiro

Assim, foi proposto um pequeno pavilhão, capaz de crescer ou reduzir suas dimensões a partir do orçamento, formado por paredes em U que ampliam sua capacidade estrutural, protegem as aberturas da incidência direta do sol e criam nichos de exposição. O espaço interno também foi qualificado pela criação de desníveis que geram diferentes escalas e apropriações possíveis.

Além das janelas em fita recuadas dos nichos, foram criadas aberturas na fachada de acesso através do desencontro dos tijolos, como forma de gerar permeabilidade visual para quem acessa o terreno e vê o edifício, sem devassar completamente seu interior. A parede de fundos, em contraponto, é opaca e funciona como possível área de projeção para atividades externas. Foi pensada uma cobertura em tesouras de madeira e telha cerâmica de uma água, criando uma sombra generosa e ventilação cruzada para o espaço. Por fim, sobre os acessos, uma passarela que se converte em rampa marca o acesso até o Centro, destacando-o no conjunto, elevando a edificação para a entrada e, também, vencendo o desnível do terreno.