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Arquitetos: Bárbara Sales Arquitetura, Lucas Lage Arquitetura
- Área: 520 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Gustavo Xavier
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Fabricantes: Hunter Douglas, Iluminação, Madeira deck, Mobiliário
Descrição enviada pela equipe de projeto. A edição inaugural segue até o fim do ano. A casa tem especialidade em peixes e frutos do mar, mas contempla outros paladares, com cardápio do chef Jorge Ferreira. Todo protocolo de segurança quanto ao coronavírus está respeitado. Com capacidade para 170 pessoas, a ideia é celebrar os encontros ao redor da mesa. A primeira parada do Cozinha NoMad é uma charmosa casa no Belvedere, em BH. O ponto de partida para a composição assinada pelos arquitetos Lucas Lage e Barbara Sales foi, observando a proposta do restaurante de ser um projeto pontual no tempo, transmitir com o arranjo arquitetônico o cardápio idealizado e o lifestyle de um espaço descontraído, leve, despojado e aconchegante.
Como elemento principal, salta aos olhos o teto interno especificado em tecido para remeter a uma rede de pesca, como se flutuasse sobre a água do mar, em contraponto com o mobiliário em madeira e materiais naturais e rústicos, segundo os arquitetos. "O tecido fluido, mimetizando o mar, cobre todo o teto do salão principal. A iluminação é sóbria e aconchegante, e os adornos remetem a antiguidades temáticas relacionadas à proposta do cardápio. Como é um projeto itinerante, a ideia foi justamente vincular o espaço ao menu desta edição, os pescados", diz Barbara. A intenção, conforme a arquiteta, é de que a leitura projetual nos pontos de grande impacto leve a esse sentido de fluidez, com o oceano em diálogo com elementos em pegada pop culture.
Estão distribuídas no ambiente mesas em tamanho generoso, que comportam bem até dez pessoas, dispostas de modo a manter o distanciamento entre os grupos de clientes, com setorização dos usos, áreas de permanência abertas e arejadas para as mesas. "Esta parte aberta foi especialmente trabalhada para atrair o público, permitindo o compartilhar de forma segura", acrescenta a arquiteta. Todo o restaurante tem grandes corredores de circulação e visão para o jardim, além de lounges que permitem o afastamento necessário com a pandemia, sem atrapalhar a interação entre os ocupantes. "É um projeto de cenografia em que queremos inspirar o sentimento de liberdade através de um layout solto e flexível, sobrepondo materiais em camadas, cores neutras e claras nas partes superiores, descendo até o chão com tons mais chamativos e estampas diferentes", descreve Lucas.
O Cozinha NoMad teve tempo de projeto, montagem e execução de 30 dias. Não houve interferência estrutural ou obras na arquitetura original. A aplicação de materiais que podem ser desmontados e retirados facilmente reforça a noção de uma composição transitória e marcante. "Não seguimos um estilo arquitetônico em si. Foi um processo de criação por curadoria. Um tom despojado, simples de assimilar de que se trata de um ambiente itinerante, efêmero e atemporal. O pedido principal foi modelar a cenografia para transmitir essa ideia, do nômade", explica Lucas Lage.
A arquitetura e o design são valores agregados para um espaço montado exatamente para aquele momento, seja o tempo de existência do restaurante, ou o intervalo de permanência do cliente. "Queremos promover a experiência de um espaço diferente, que faz com que o cliente retorne em uma próxima oportunidade, com mesas e cadeiras com desenhos diferentes, elementos de decoração que são descobertos a cada olhar e que não se repetem pelo espaço", continua Lucas. "A essência desse projeto nasce com todas as dúvidas explícitas já no nome. Não somos loucos, apesar da paixão por algumas loucuras. Somos inquietos e gostamos de fugir do lugar comum. Estamos sempre em busca do novo. Pode rasgar seus velhos conceitos para conhecer o NoMad", convida o CEO da naSala, Kiko Gravatá.