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Arquitetos: Doro
- Área: 150 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:The Fishy Project, Stavan Bhagora
Descrição enviada pela equipe de projeto. Escondidas em um recanto nas terras agrícolas da aldeia de Jaspur, em Baroda, estas paredes de terra se erguem respeitosamente entre árvores Neem, se assentando sobre as ravinas onduladas esculpidas na terra pelas águas das tempestades ao longo dos anos. Aninhada sob a área mais densa formada pelas árvores, a casa é sombreada por vastas copas, enquanto a paisagem serpenteia junto ao relevo natural do terreno. A casa foi pensada para duas pessoas que se dedicam à agricultura, como um espaço de refúgio e lazer ao ar livre. Um deque curvilíneo de madeira leva à casa, que é acessada a partir da sala de jantar, em um percurso que se estabelece na parte plana mais alta do terreno e avança em balanço sobre a paisagem.
Os 22 por 7 metros lineares construídos e a cobertura foram concebidos reconhecendo todas as árvores existentes, por isso o projeto se eleva sobre pilares, mantendo o solo livre. O telhado elevado surgiu de uma ideia para criar uma sensação de copa de árvore construída sob uma copa das árvores naturais, sem dominar o terreno. Essa decisão contribuiu para aumentar a sensação de volume e amplitude no espaço compacto. As paredes paralelas enquadram a extensão panorâmica do terreno através das aberturas, permitindo que a vegetação exuberante entre na casa. A parede central se estende para proteger o espaço interno da incidência da luz solar do oeste durante o verão, mas permite a passagem do sol de inverno. Ela também funciona como uma separação visual entre os espaços comuns e os espaços privados da casa, limitando o deck circundante e o espaço de estar externo coberto, demarcado por pilares circulares.
Os espaços externos surgiram a partir da observação das transformações do terreno ao longo das estações e das adaptações feitas pela equipe através do processo de construção dentro do ciclo de um ano inteiro. Trabalhando sob o sol forte, a maioria dos artesãos procurava descanso em uma área sombreada por grandes árvores, outros sob uma grande árvore Neem de um século e meio, durante os intervalos no trabalho. Essa primeira área sombreada foi adaptada como um kund (mini-anfiteatro) com piso de óxido vermelho usando sua variação tonal natural com um poço de percolação no centro e um espaço para sentar sob a antiga árvore.
As paredes de 2,4 metros de altura, construídas a partir da terra escavada do próprio terreno, se erguem sobre uma laje elevada e são cobertas com vigas de madeira de reuso recuperada que sustentam o telhado, revestido com telhas cerâmicas Mangalore. A paleta de materiais naturais é complementada com óxido amarelo para o piso interno, pedra Kota polida de rio para paredes de banheiros, e madeira para o deck externo.
O projeto emprega artesãos qualificados e moradores locais gerando emprego através das práticas de construção e paisagismo. Estar em um local remoto, trabalhar junto com mão-de-obra especializada e não especializada, testes, métodos de construção, aprendendo e desaprendendo, e entregar-se a métodos habilidosos e intensivos representou um desafio, mas também fortaleceu as relações sociais no processo.
Ecologia. Um pouco de ecologia humana. Onde se tecem relações entre terra, ar, floresta, terra e energia. Propor a partir do que temos em abundância, o humano, o karigar, o mazdoor e o paas ke gaav wale. Todos juntos repropondo, recuperando, repensando. Solo, madeira e formas de construção, respectivamente. Ignorando a prancheta de desenho por um tempo, mas identificando oportunidades para intervir no que importa.