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Arquitetos: Carolina Penna Arquitetos, Fernanda Dabbur Arquitetura
- Área: 2650 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Roberto Peccioli, Renato Navarro
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Fabricantes: Cia das Telhas, Maqmoveis, Metadil, Portinari, REFAX, Sol Esquadrias, Sonex, Tarkett
Descrição enviada pela equipe de projeto. Desde sua fundação em 1979, a Escola CAMB teve seus espaços educativos vinculados à arquitetura moderna brasileira. Situada na área envoltória da Casa Modernista da rua Santa Cruz, projeto de Gregori Warchavchik (1896-1972), a primeira unidade da escola ocupava uma casa de concreto e tijolos aparentes projetada pelo mesmo. Com a expansão do CAMB, uma segunda casa de mesma autoria e tipologia foi comprada, e posteriormente, uma casa de concreto de Joaquim Guedes (1931-2008), que abriga a Reserva Sérgio Moser atualmente.
O projeto é assinado em conjunto por Fernanda Dabbur, responsável também pelas etapas anteriores de expansão da escola, e Carolina Penna, convidada a colaborar com o projeto por conta de sua vasta experiência na criação de espaços educadores. Dabbur assina o projeto geral, enquanto Penna assina os laboratórios, biblioteca, lanchonete e espaço maker.
O projeto para a quarta unidade do CAMB se buscou estabelecer diálogo entre dois momentos históricos através da proporção entre cheios e vazios e dos materiais empregados na nova construção. Além disso, era primordial que a arquitetura transparecesse valores da escola como a sustentabilidade e o contato com a natureza.
Uma das principais condicionantes de projeto era gabarito máximo de quatro metros, exigido pela legislação de tombamento da Casa Modernista. Dessa forma, uma estrutura independente de concreto se estende ao longo do terreno em declive, constituindo dois pavimentos de salas de aula e uma quadra coberta, sem exceder a altura permitida.
No pavimento inferior, os laboratórios, a biblioteca e o espaço maker estão dispostos ao redor do jardim, que remete à ocupação dos lotes das casas modernistas de Warchavchik. Este vazio se estende até a cobertura, permitindo a entrada de iluminação e ventilação naturais nas salas do pavimento térreo.
A transição entre as salas que abrigam aulas especiais e a quadra coberta é realizada pela biblioteca, que estrutura o espaço através de uma estante com prateleiras vazadas, integrando visualmente dentro-fora. A proposta era integrar e conectar a biblioteca aos demais espaços educadores, inclusive dispondo livros na parte externa da estante. Nos laboratórios e no espaço maker, a integração se materializa através das portas de vidro e do mobiliário flexível, possibilitando explorar diferentes propostas pedagógicas no mesmo ambiente construído.