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Arquitetos: Biotope Architecture + Interiors
- Área: 390 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Peter Mathew
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Fabricantes: Abey, Artedomus, AustView, Bespoke, Brodware, Casa Monde, Cerdomus, Delft Tiles, Miele, Natural Stone Bath Factory, Neff, Samsung, Schüco, Studio Bagno, Tile.Expert, Timothy Oulton, Urban Lighting, Woodpecker
Descrição enviada pela equipe de projeto. O cenário de anfiteatro forrado de eucalipto e um lago no ponto mais baixo do local imitando um palco foram os elementos que inspiraram a Casa do Lago. Isolada e privada, o posicionamento ideal da casa foi à beira do lago, orientada para norte. Como resposta ao local e às vistas, o projeto da casa foi concebido como duas alas separadas posicionadas ao longo dos limites e conectadas por varanda de entrada que continua até a ala de estar para formar um deck. De dentro da casa, janelas emolduram uma paisagem serena de grande beleza. As duas alas têm uma relação direta com o solo, proporcionando fácil acesso ao exterior.
O projeto foi movido pelo desejo de criar uma casa sustentável que produzisse sua própria energia. Usando princípios de design passivos para maximizar o ganho de calor, o terreno voltado para o norte ofereceu vantagens. Duas formas lineares bem iluminadas pelo o sol vieram à mente, primeiramente. O desafio era seguir o relevo do terreno, dividindo assim as alas do edifício em dois níveis, fazendo um corte no terreno. Isso escalonou o corredor e conectou mais intimamente os quartos e os espaços de estar. Ao sul, na ala dos quartos, a luz é filtrada pelas folhas eucaliptos que pairam sobre claraboias e a oeste, na ala de estar, o sofá-cama oferece vislumbres do lago e da vegetação além. O lago ao pé da casa também é a fonte de calor utilizada pela bomba de calor geotérmica com tubos de aterramento na água para fornecer energia para o sistema de aquecimento. Setenta e dois painéis fotovoltaicos fornecem energia suficiente para que o excesso volte à rede de energia.
A escolha dos materiais se deve ao ambiente rural que remete à arquitetura de fazendas: uma combinação de pedra local, madeira e aço corten foi usada. A escolha dos materiais para os dois volumes tipo celeiro, uma de pedra e outra de madeira, também foi utilizada para delimitar os espaços públicos e privados. A pedra e as treliças recicladas criam uma sensação de permanência e uma grandeza semelhante a um edifício público para indicar os espaços mais públicos. A ala dos quartos é mais humilde, sendo de madeira e mais próxima da água, comparável a um barracão, mas denotando um espaço mais íntimo e privado. A pedra foi selecionada a dedo para incorporar tons mais amarelados da pedra bluestone. A spotted gum (árvore australiana cujo tronco se assemelha ao pau-ferro do Brasil) estava acinzentada, para refletir os troncos de eucalipto e atender aos requisitos de normas contra incêndios florestais.
O aço corten que nos lembra o aço enferrujado das construções agrícolas também tem a vantagem de ser de baixa manutenção. As treliças de madeira reciclada em destaque projetadas de forma colaborativa, situadas na área de estar em plano aberto, foram pré-fabricadas fora do local com protótipos construídos primeiramente para garantir um ajuste preciso. Os móveis sob medida foram feitos por um marceneiro local. O sucesso da construção contou com a união de artesãos e construtores qualificados, permitindo uma boa resolução dos detalhes necessários para esta construção. O valor do resultado do projeto é evidente na natureza sustentável do edifício e sua capacidade de ser auto-suficiente com água e energia, resistente ao fogo e à entrada de água, permitindo uma coexistência suave entre o externo e o interno.