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Arquitetos: Feilden Fowles
- Área: 1665 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:David Grandorge, Jim Stephenson
Descrição enviada pela equipe de projeto. Homerton College está localizada ao sul da cidade de Cambridge. Seus principais edifícios foram construídos na década de 1870 para a Cavendish College, com Homerton College mudando-se para o local em 1894, deixando sua casa original na Homerton High Street, no leste de Londres. Fundado em 1768 por um grupo de acadêmicos dissidentes, a instituição manteve suas raízes de pensamento livre. Anteriormente uma faculdade de formação de professores, Homerton tornou-se um curso completo da Universidade de Cambridge em 2010 e agora é considerada a maior em número de alunos, oferecendo todas as disciplinas ministradas pela Universidade. Homerton recebeu uma ampliação para ocupar uma proporção maior de seu significativo terreno de 10 hectares, que abrange um grande gramado e jardins, um pomar e campos de esportes.
O novo espaço está localizado a noroeste da propriedade, formando uma importante pedra angular social para o campus da faculdade e completando a histórica faixa norte de edifícios. O refeitório foi, portanto, concebido como um edifício aberto e generoso. Ele aborda o desafio de se relacionar com seus quatro aspectos muito diferentes: abraçar os terrenos da faculdade ao sul e leste, dialogar com o edifício Ibberson, tombado como grau II, abordar a rua e melhorar as conexões com residências de estudantes de pós-graduação e estacionamentos a oeste. Ao fazê-lo, o edifício cria uma série de espaços sociais informais em torno de seu perímetro – desde os pátios até soleiras generosas com assentos escavados na fachada – convidando a encontros casuais e momentos de interação para funcionários e alunos.
Homerton exigia novas instalações de alimentação para acomodar um número crescente, o que também equilibraria as demandas funcionais e comemorativas do briefing. O novo edifício alcança ambos – um refeitório iluminado, arejado e eficiente durante o dia, transformando-se em um cenário marcante à noite, refletindo o papel cerimonial tradicional do espaço. Enquanto muitos refeitórios históricos são sólidos no nível do solo e muitas vezes escuros como resultado, o novo espaço possui uma base aberta e convidativa que abraça seu entorno, com vista para as árvores e uma antiga pradaria.
O local oferece refeições diárias para alunos, funcionários e visitantes, além de receber jantares formais e comemorativos ao longo do ano, com capacidade para até 336 pessoas. Além disso, o novo refeitório acomoda até 60 pessoas, funcionando como uma cafeteria mais informal durante todo o dia , e proporcionando aos alunos um ambiente alternativo para socialização e espaço de estudos tranquilo na varanda.
Baseando-se na tradição Arts and Crafts e no grande interesse da prática pelo design de baixa tecnologia, o novo refeitório é anunciado por um envoltório ondulado composto por uma forma tradicional de cerâmica artesanal originária da Itália, mas popular no Reino Unido na década de 1860, e encontrada em muitos edifícios públicos vitorianos. Feilden Fowles trabalhou em estreita colaboração com Darwen Terracotta, um dos poucos fabricantes remanescentes dessa cerâmica no Reino Unido, para testar e desenvolver cuidadosamente os esmaltes. As cores e texturas finais foram selecionadas para complementar a paleta de materiais existente na instituição, composta em grande parte por tijolo vermelho com detalhes em arenito e elementos específicos como a flèche de chumbo e cobre oxidado verde que coroa o grande salão. Os 3.200 ladrilhos afunilam à medida que sobem a fim de revelar janelas que são iluminadas durante a noite, dando ao edifício uma presença brilhante quando visto através do terreno. O relevo ecoa motivos formais do Gothic Revival Great Hall (1889) e sua elegante torre.
O diagrama organizacional do edifício reúne os visitantes desde as duas entradas principais - a entrada da faculdade, que está no eixo do Great Hall e do Griffin Bar, e uma entrada pública desde a Harrison Drive - para o coração do edifício e um lugar de reunião comum que forma uma antessala para o espaço principal, o refeitório. As principais características do salão, uma estrutura de madeira laminada e treliças, ecoam os tradicionais salões colegiados, embora invertendo a forma inclinada típica de um telhado. A estrutura foi fabricada externamente e instalada por uma equipe familiar usando juntas de carpintaria tradicionais com peças de carvalho entre os pilares e as vigas.
A arquitetura celebra a integridade e a beleza inerente dos materiais e do artesanato, nos quais a ornamentação é produto da beleza natural e da imperfeição do feito à mão. Ela também abrange novos métodos de construção e tecnologias atuais, como o uso de modelagem paramétrica para desenvolver a fachada – "um Arts and Crafts do século XXI".
O edifício foi projetado e detalhado de forma robusta para uma vida útil mínima de 100 anos. Os consultores de sustentabilidade da Max Fordham criaram uma matriz de sustentabilidade sob medida, aplicando nada menos do que 22 metas que excedem as melhores práticas. O edifício é ventilado passivamente e usa uma bomba de calor geotérmica que reduz as emissões de CO2 do aquecimento e água quente em aproximadamente 40%. Todo o carbono incorporado na vida útil supera o RIBA 2030 Climate Challenge (versão 2) para edifícios não residenciais.
O térreo é definido por uma base de concreto pigmentado in situ, com substituição de 50% de cimento GGBS e pilares dispostos em um módulo de 3m x 3m que confere uma ordem silenciosa e racional à planta. Um par de volumes expressos em madeira anunciam as áreas cívicas e coletivas do edifício – espaços generosos, abertos e edificantes. Os pilares que envolvem a base do salão continuam seu ritmo internamente para definir outras áreas públicas importantes; a recepção e administração. Os espaços posteriores – as cozinhas e as instalações dos funcionários – estão ligados à frente por meio de uma circulação altamente funcional e conexões de serviço. Os espaços externos da porção posterior estão voltados a Harrison Drive e animados com tijolos flamengos e detalhes de azulejos vincados, novamente fazendo referência ao edifício Ibberson nas proximidades.
Ao compensar os volumes da cozinha e do hall, criando uma luz natural abundante e vistas para o exterior, as novas instalações de restauração oferecem elevados níveis de bem-estar para os funcionários, apoiando uma operação de restauração acolhedora e eficiente. Em contraste com os antigos espaços escuros e estreitos da faculdade, o novo local destinado aos servidores é generoso, naturalmente iluminado e possui vistas para o pátio.
O artesanato é enfatizado em 'Golden Apples of the Sun', uma obra de arte site-specific para o refeitório feita por Shezad Dawood. A peça compreende três partes: uma série de elementos de tijolos esculpidos à mão na fachada da Harrison Drive marca a entrada; uma paisagem cerâmica de sete metros de largura inspirada no pomar de macieiras da faculdade foi criada para a nova área de recepção; e um curta-metragem combina imagens do pomar ao longo das estações com imagens da criação da obra de arte e da fonte de argila de North Devon. Assim como o edifício, a obra responde à história e ao contexto únicos de Homerton College.
