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Arquitetos: NO Architects Designers and Social Artists
- Área: 123 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Harikrishnan Sasidharan
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Fabricantes: Aluplast, Asian Paints, Duravit, Excel Fabricators, Grohe, Ramco, Schneider, Tilesource, VitrA, Vizag, Wipro Lights
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto trata-se de uma casa de finais de semana no Lago Ashtamudi, Índia. É uma casa sustentável com um impacto mínimo, que reaproveita vários espaços, componentes e materiais de uma estrutura em ruínas que existia no local. O projeto mantém os traços da casa existente enquanto adiciona novos volumes espaciais, satisfazendo os requisitos funcionais dos usuários. O terreno está localizado no nível intermitente de uma colina, inclinado em direção à margem do lago, com acesso no nível inferior. O local apresentava várias árvores tropicais, que foram mantidas e fizeram parte da nova intervenção.
Différance. De acordo com Derrida, nosso pensamento atravessa oposições binárias na linguagem, o que muitas vezes leva a posicionamentos injustificados e inúteis, privilegiando uma coisa sobre a outra em relação a essas extremidades. Privilegiar envolve uma falha em ver os méritos e valores da parte supostamente menor da equação. Muitas vezes o cerne da questão está no 'entre', denominado como a zona de Différance, ao invés dos limites. A arquitetura como qualquer outra arte está dividida entre termos binários, o que muitas vezes leva a privilégios. Nesta casa, procuramos criar uma tipologia de espaços permanentemente oscilantes, sem privilegiar uns sobre os outros.
Construção sobre natureza. Malha sobre fluidez. Interior sobre exterior. Luz sobre escuridão. Rústico sobre sublime. Conservação sobre a criação. Céu sobre a terra. Esta casa usa extremidades do vocabulário espacial, criando espaços de différance para mediar o significado da arquitetura. Acreditamos que a sociedade está em transição dos opostos binários (como leste e oeste, capitalista e comunista, homem e mulher, etc.) para a releitura das estruturas existentes. Após cuidadosa demolição e remodelação das áreas selecionadas, a malha estrutural foi estendida e novas paredes foram adicionadas ao longo de linhas curvas, salvando as árvores existentes. Isso resultou em espaços fluidos que se fundem com os volumes vizinhos e a natureza. As paredes curvas recém-introduzidas estão repletas de aberturas, abrindo-se nos espaços de Différance. A fachada secundária que define a arquitetura é perfurada para 'complementar' esses ambientes.
Uma cobertura para os carros é criada no primeiro nível, ligada por uma rampa que se abre para a via na parte posterior resultando, por sua vez, em uma entrada adicional para a nova casa. Os volumes curvos que fluem livremente são conectados por uma cobertura flutuante, que repousa sobre uma camada de janelas altas apoiadas por seções em "I". Os espaços comuns como estar, jantar e cozinha são posicionados junto com os ambientes curvos, abrindo-se para um deck com vista para a paisagem. Um quarto circular é colocado ao longo dessas curvas, com um deck adicional ao longo da borda da água. O outro quarto segue uma geometria retangular, baseada nas antigas paredes.
O exterior reflete a rusticidade dos trópicos, permitindo que os espaços construídos sejam camuflados entre a flora. Bolsões de vegetação estrategicamente colocados realçam a vibração tropical. Plantas tropicais resistentes foram selecionadas com base na forma e texturas da folhagem, garantindo também uma manutenção mínima, já que se trata de uma casa para os finais de semana. Durante os verões, as árvores frutíferas tropicais produzem diferentes variedades de manga, jaca, maçã rosa e muitas outras frutas, criando uma floresta de alimentos e convidando pássaros e esquilos a esta casa. O aquecimento global é real e afeta tudo no planeta. Uma vida consciente é essencial para mitigar os efeitos nocivos das mudanças climáticas. Esta casa com uma pequena área de 123,67 m² é uma tentativa de reduzir a emissão de carbono, o desperdício de materiais e o uso excessivo de energia para o sustento. Também visa criar espaços construídos permeáveis, através de uma compreensão cuidadosa dos ventos locais, orientação e topografia. A materialidade e as propriedades "respiráveis" dos volumes construídos são consideradas duas entidades distintas e tratadas de acordo com a sustentabilidade.
A ventilação cruzada, necessária para um microclima confortável, era mínima devido ao perfil do terreno. Por isso, a escada está estrategicamente posicionada para funcionar como um poço de ventilação, que coleta o ar quente do interior e o emite quando o vento sopra da beira do lago, invertendo o seu papel quando os ventos frios sopram pela encosta, durante o recuo das monções, criando condições de vida confortáveis durante todas as estações. As telhas da fachada foram recolhidas da estrutura em ruínas e reutilizadas.
Pedaços de concreto das lajes demolidas foram utilizados nas colunas da fachada externa para reduzir o desperdício de material. O polimento da camada de base do piso ajudou a evitar o uso de azulejos ou pedra natural. Os elementos horizontais das escadas foram recuperados da antiga escada, e as esquadrias para a garagem foram recicladas de um negociante de sucata local. Esta casa experimental ampliou nossa compreensão das tipologias residenciais para incluir uma infinidade de possibilidades, muitas vezes questionando o existente, e estando em constante estado de aporia.
