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Arquitetos: Elepheno Architects
- Área: 661 m²
- Ano: 2021
Descrição enviada pela equipe de projeto. A World Horticultural Exposition foi realizada na “cidade primaveril” de Kunming em 1999, sob o tema “Homem e Natureza – Marchando para o Século XXI”. A Expo 99 teve um impacto profundo e duradouro no crescimento de Kunming como cidade e no desenvolvimento da indústria e do turismo na província de Yunnan, permanecendo como uma memória inesquecível para roda uma geração de Kunmingers. Vinte e dois anos depois, a 15ª Conferência da Biodiversidade da ONU (COP15) está sendo realizada em Kunming. Nesta ocasião, a Contemporary Gallery Kunming selecionou um local vago dentro do World Horticultural Expo Garden original para um projeto de revitalização artística, construindo um pequeno museu dedicado à arte de Zeng Xiaolian, um ilustrador científico de longa data do Kunming Institute of Botany, Academia Chinesa de Ciências.
O projeto está localizado no lado norte da Expo Gardens Friendship Road, nos antigos jardins do Paquistão e do Vietnã. A concepção do museu começou pensando em como conceber a “preexistência” do local. Embora grande parte da arquitetura da exposição tenha como objetivo se afastar do ambiente e do contexto cultural circundante, nossa primeira impressão dos jardins foi bastante vívida: pisar os tijolos vermelhos desgastados, tocar as rachaduras no mármore, ver as sombras das colunas e as árvores projetadas pela poderosa luz do sol. Esta riqueza é o resultado de um longo período de crescimento natural, que conferiu ao local um sentido de memória histórica.
Definimos “preexistência” como a preservação e persistência do “novo patrimônio”: o conteúdo anterior como um elo histórico permanece legível, enquanto o conteúdo recém-escrito torna-se uma nova camada em uma peça de papel vegetal sobre o original — antigo e novo são cuidadosamente sobrepostos juntos, passado e presente conectados, mas não interferindo mutuamente um no outro. A estrutura de aço atendeu à necessidade de construção rápida, ao mesmo tempo em que minimizava o impacto no meio ambiente. Nenhuma árvore foi retirada, enquanto o volume original ao ar livre, as placas de pedra, corrimão de mármore, nichos de parede e bancos de pedra do pavilhão do Paquistão foram preservados em sua totalidade e integrados ao museu.
Tijolos vermelhos são usados no interior e estendidos para o exterior como materiais no piso. As aberturas voltadas para o pátio são desenhadas com moderação entre as pinturas, e a fronteira entre o interior e o exterior é esfumaçada. Simultaneamente, os visitantes percorrem o espaço interior, exterior e semi-exterior enquanto visitam e observam as obras.
Enquanto a maioria das paredes surge do chão, as deste museu estão penduradas na estrutura de aço. As partes inferiores precisam ser minimamente conectadas e fixadas no solo, evitando a escavação de fundações ou vigas de baldrame. As curvas e interseções dessas paredes suspensas leves formam os ricos espaços internos e externos.
A galeria de arte original parece uma entidade flutuante, com seu limite esfumaçado. Nela surge uma nova aresta que abstrai e filtra o entorno natural, além de gerar camadas entre a vegetação primitiva e o novo desenho paisagístico, para que as pessoas possam até mesmo transitar dentro das duas estruturas. A sombra é desmantelada pela cortina e projetada na parede, não fica claro se é uma folha ou um galho. É a presença do meio que traduz a luz do sol, as árvores, o vento e o tempo, e esta é uma pintura estética que só pertence a esta cena.