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Arquitetos: Architectural Bureau G.Natkevicius & Partners
- Área: 289 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Lukas Mykolaitis
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Fabricantes: BOSE, Performance in Lighting, Yawal
Descrição enviada pela equipe de projeto. A expressiva edificação, desenhada a partir de módulos separados, porém, interconectados, está localizada na pitoresca ladeira do sítio histórico de Zaliakalnis, Lituânia, oferecendo uma vista panorâmica da cidade. O terreno é rodeado por árvores que crescem na inclinação, como escadas em direção ao centro. A galeria de arte, localizada na propriedade do ex-primeiro ministro entre guerras da Lituânia, Juozas Tubelis, está situada nas proximidades.
Um situação arquitetônica urbana muito densa com forte influência natural, pois o terreno está em uma encosta, na parte mais alta, com vista panorâmica da cidade. Porém, o desenho deriva não apenas do aspecto natural, cultural, mas também emocional, uma vez que já havia uma casa no terreno. Entretanto, os arquitetos foram encarregados de criar uma abordagem diferente: respeitar este ambiente, criar uma edificação moderna sem imitar o entorno, um novo volume que não obscurece os históricos.
Não é apenas um lugar histórico, mas também mutável, pois o outono, com suas folhas secas, marca a paisagem. Avaliando o perfil extremamente dinâmico do terreno, os arquitetos procuraram criar uma estrutura que fluísse organicamente, construída a partir de pequenos elementos modulares, como se esses elementos individuais estivessem espalhados na encosta. As paredes foram duplicadas e afinadas para que parecesse que cada edificação fosse um elemento separado. Um único volume é constituído por quatro, dentro dos quais os espaços se sobrepõem, se entrelaçam e se tornam dinâmicos.
O aspecto emocional é agravado pela complexa situação arquitetônica em que a casa se desenvolve nos níveis abaixo do que seria o térreo, remetendo aos porões frios e desconfortáveis. Entretanto, é enaltecida a vida que se desenrola sob esta cobertura, mesmo sendo uma casa com paredes de subsolo feitas em concreto.
Para não falsificar a história, a casa foi projetada de forma contrastante, deixando claro que é um volume desta época. Assim, a edificação acolhe a fachada de concreto, expressando sua beleza natural, cuja textura áspera industrial é suavizada pelo vidro, contrastando com sua leveza e fragilidade.
O concreto, por sua vez, enquanto um material natural e neutro, contrasta fortemente com a arquitetura vizinha entre guerras, como da propriedade de Juozas Tubelis, que é rebocada e colorida. É um lugar muito marcante, tanto natural quanto culturalmente, por isso nossa equipe de arquitetos se propôs a projetar uma casa que tivesse um certo espírito próprio. O desafio era criar uma sensação de conforto e segurança, em que a visão completa da cidade: natureza, relevo, cidade, centro estivesse diante de seus olhos.
A composição formal também reflete no espaço interior. Os diferentes níveis se repetem dinamicamente tanto fora como dentro da casa. É como se existisse uma certa hierarquia de premissas: há um espaço baixo, depois um vertical alto, e esse espaço muda, sobe, desce, comprime. A forma como o volume foi concebido permitiu a sua criação, abrindo-se para a paisagem, que é muito importante aqui.