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Arquitetos: FATHOM
- Área: 77 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Tatsuya Tabii
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Fabricantes: 101 COPENHAGEN, FUKAKEN, METROCS, MUJI, nuskool
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto tem como cenário uma sala que costumava ser alugada para uma loja de materiais de construção na City Hall Street, Hiroshima. Nela, nos pediram para criar um salão de beleza. Quando analisamos o espaço existente ficamos impressionados com os materiais que haviam sido deixados para trás na antiga ocupação, como os tijolo das paredes externas e os blocos de vidro no corredor.
Fiquei imaginando se seria possível criar um espaço centrado nesses materiais. O nome do salão é HAIKU (poema curto de origem japonesa) e me foi dito que esta palavra de cinco letras se tornou comumente conhecida em todo o mundo.
Ao olhar para o espaço com isso em mente, a forma começou a se parecer com os símbolos de um papel manuscrito. Embora seja impossível projetar letras nos ambientes, achei interessante criar um espaço onde a história de uma pessoa pudesse ser revelada, projetando sua imagem na própria estrutura.
A localização do edifício é em uma esquina onde há placas de trânsito, propagandas de lojas e infraestrutura exposta em todos os três lados da fachada. A ideia era, portanto, criar um espaço com dois fortes marcos temporais mesclados, mantendo os restos da demolição inacabados. As novas ferragens da fachada foram criadas através da construção de uma treliça horizontal em um recuo na parede externa, como se os módulos fossem dimensionados e interligados entre si.
Esta treliça é fixada entre os blocos de vidro existentes para formar um acesso estreito que se conecta à entrada. Na extremidade desse corredor, um pinheiro bonsai de cinco folhas é exibido para enfatizar a sensação de profundidade quando visto desde a calçada. O interior do salão é formado por uma estrutura de concreto com as funções incorporadas em estilo japonês. Uma das mesas é feita com tijolos que remete ao material utilizado antigamente nas calçadas do bairro comercial, quando esta cidade ainda estava cheia de pessoas.
A lacuna criada entre a estrutura e a fachada recuada é um espaço aberto para a cidade. A forma, que é um intermediário entre a publicidade dos equipamentos e a solenidade das pedras colocadas em um jardim japonês, é visual e taticamente interessante e é usada ora como playground para crianças, ora como conforto para os olhos dos transeuntes. O espaço foi projetado com a esperança de que seja amado como um local público.
Esse ambiente entre a robusta estrutura existente e o delicado espaço do salão japonês parece um papel manuscrito, conectando esses dois espaços contraditórios.