-
Arquitetos: LUMIA, studio ARGUS
- Área: 740 m²
- Ano: 2020
-
Fotografias:Terje Ugandi
-
Fabricantes: EMU Group, Schüco ADS 65, Schüco FWS 50 SG
Descrição enviada pela equipe de projeto. A revitalização da área histórica da fábrica de celulose e papel, propriedade comercial Fahle, no centro de Tallinn, Estônia, é marcada pelo diálogo entre as paredes maciças de calcário dos edifícios industriais centenários, volumes de vidro modernos e vegetação.
Construído maioritariamente entre 1908 e 1922, o bloco de edifícios abrigou uma fábrica de papel com os seus vários departamentos até à década de 1990. No século XXI, o local está passando por uma mudança, de um espaço industrial para um pós-industrial.
A rua se tornou um caminho coberto, fruto dessa modificação. Anteriormente uma rua estreita entre prédios de fábricas, depois murada e fechada por completo, ela foi reaberta em 2021 como um oásis com cobertura de vidro e vegetação tropical que não conhece inverno, mesmo quando há gelo e neve lá fora.
A robustez das antigas paredes de pedra é agora destacada por pequenas adições em aço. O vidro de controle solar em tons esverdeados repousa sobre as estruturas de telhado com inspiração Art-Nouveau. As vigas da cobertura de vidro são sustentadas diretamente, sem colunas, por novas vigas de concreto construídas nas cornijas dos edifícios existentes. A inclinação e a altura do telhado variam de forma a incluir todos os frontispícios Art Nouveau das paredes internas. Os edifícios de ambos os lados da rua estão interligados por uma ponte que atravessa o espaço aéreo da galeria elevada e, na verdade, por toda a rua interna.
A rua é repleta de escritórios, lojas, restaurantes e terraços que se estendem até o oásis. Os móveis claros e arejados, em variações de verde, criam uma atmosfera urbana, enquanto elementos característicos de um parque e as fronteiras quase imperceptíveis entre os espaços internos e externos evocam uma mudança no estado de espírito, conferindo à galeria um clima distinto, que logo tornou-se um espaço favorito para eventos especiais ou apenas encontros.
A arquitetura paisagística foi conceitualmente inspirada na ideia da natureza tomando o espaço da cidade. A vegetação luxuriante encontrou um lugar para se estabelecer na maioria das frestas. Há grama crescendo sob as árvores, arbustos e nas juntas do pavimento de granito branco. O conceito de retorno da natureza é recorrente ao longo do desenvolvimento do projeto como um todo, onde o denso ambiente calcário é animado pela vegetação aparentemente selvagem.