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Arquitetos: aste arquitectura
- Área: 215 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:José Campos, Carlos Teixeira
Descrição enviada pela equipe de projeto. O desnível do terreno é de 5m. A casa encaixa-se nesse desnível e procura alinhamentos com as construções vizinhas. Princípios de leveza e essencialidade tiveram a oportunidade de ganhar forma e, numa única oportunidade, perseguir como relacionar materiais muito diferentes como o betão, o aço e a madeira. O tempo de execução da construção era um requisito essencial para o desenvolvimento do trabalho. Uma estrutura aparente de lâminas de betão liga o espaço do primeiro piso da casa ao terreno e permite a ancoragem de uma estrutura de aço, feito em ambiente industrial, que forma o segundo piso.
Os dois materiais contrapõem princípios de força e leveza, onde o betão permite uma ligação ao terreno, com subtileza e sensibilidade, e o aço procura proporções muito subtis, onde se identifica, claramente, o trabalho de detalhe da mão-de-obra dos serralheiros e dos carpinteiros. A madeira é o material responsável pela estrutura e revestimento das paredes exteriores e interiores do segundo piso e conforma o ambiente interior da casa.
Considera-se esta casa como um laboratório de construção e desenho, onde se tornou possível a confirmação de algumas exigências relativamente à industrialzação e montagem da estrutura de aço (testar tempos de montagem e execução) e, ao mesmo tempo, entender a dificuldade em que o mesmo conceito possa ser levado à sua máxima potencialidade no que diz respeito ao desenho e execução dos detalhes e pormenores de acabamento que, neste caso, foram desenvolvidos de forma artesanal em trabalho conjunto entre o arquiteto e o carpinteiro.
Simultaneamente, houve, nesta obra, a vontade de utilizar materiais e processos ‘amigos do ambiente’. Neste capítulo fica patente a enorme dificuldade em concretizar, no nosso país, de forma coerente, esse objetivo. Nesta casa, mais de metade dos materiais utilizados entram nesse domínio, nomeadamente a opção por uma cobertura verde, utilização de isolamentos térmicos de aglomerado negro de cortiça e papel celuloso (feito à base de papel reciclado), revestimento dos pavimentos com madeira aproveitada das caixilharias, reaproveitamento das águas da chuva para a rega e reflorestação do terreno.