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Arquitetos: Roberto Moita Arquitetos
- Área: 725 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Susan Valentim
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Fabricantes: Amazon Mix, Amazon Mix, ALTEZA, Cerbrás, Gerdau, Isoeste Kingspan, Paviblocos, Paviblocos, Saint-Gobain, Tramontina, Viapol, Vidrorios, Vivix Vidros Planos, Vivix Vidros Planos
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Arquitetura deste centro comercial de vizinhança parte da idéia de criar uma praça de convivência coberta que abriga e integra as lojas, as circulações e os espaços de permanência, mirante e praça de mesas.
São 15 lojas contidas em módulos metálicos de containers marítimos reutilizados, dedicadas à operação de negócios de alimentação, conveniência e serviços básicos para atender aos moradores dessa área da cidade que, por ser de urbanização recente é desassistida destas facilidades.
O conjunto se organiza num edifício único pavilhonar que se implanta recuado da rua e no sentido da largura do terreno de 51 m de frente, implantando os estacionamentos de veículos neste recuo e ao mesmo tempo preservando a mata nas porções norte e sul: um bosque entre a rua e o edifício e uma mata densa e potente do outro lado.
O edifício é formado a partir de uma ampla cobertura de quase 900m2, com grandes beirais e pé direito de 4,5 metros que forma um plano de sombra e proteção do sol e das chuvas alem de criar um micro clima favorecendo o conforto.
A topografia peculiar do terreno nos levou à escolha de organizar a praça de convivência e a base dos módulos das lojas sobre um pódio numa plataforma em concreto armado posicionada levemente elevada em relação à rua. Daí os planos foram moldados delicadamente em pequenos ajustes de níveis feitos manualmente evitando o uso de maquinário pesado e a necessidade de contenções.
Um bosque preservado acolhe os usuários desde o passeio publico e forma um ambiente central de convergência visual e funcional, estabelecendo a ambiência desejada. Os módulos de containeres metálicos também servem de apoio para a estrutura metálica da cobertura e de travamento para o piso em concreto armado – a robustez destas estruturas foi maximizada no limite de sua imensa capacidade de carga. Quatro pilares de madeira maciços em Abiurana formam os apoios da nave central da praça de convivência num diálogo profícuo entre elementos industriais e naturais.
O vigamento metálico em perfis laminados forma pórticos paralelos em “V” que se apóiam ora nos containeres ora nos pilares de madeira criando uma sinergia perfeita entre os dois mundos, formando um sistema único, coeso e tecnicamente coerente: a madeira e os containeres suportam os maiores esforços de compressão e o carregamento final da cobertura e os pórticos metálicos vencem os vãos horizontais com eficiência e pertinência.
A indústria e artesania neste contexto se relacionam em suas freqüências próprias sem mimetismos, mas em mão dupla de recíproco respeito. Neste contexto, buscamos também ensaiar a cerca das possibilidades de convivência harmoniosa entre os edifícios comerciais e a natureza, no contexto de uma urbanidade amazônica.
Interessa-nos pesquisar novas formas de intervenção e implantação de edifícios que estejam à vontade na Amazônia e busquem trazer mais porções da natureza para as nossas cidades em soluções arquitetônicas adequadas que leve em conta o clima, sua delicada geografia da região, assim como a cultura e costumes da nossa gente. Estamos em busca de uma arquitetura que expresse uma contemporaneidade amazônica e brasileira, de base local e linguagem universal.