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Arquitetos: LBR&A
- Ano: 2022
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Fotografias:Frank Lynen, Jaime Navarro
Descrição enviada pela equipe de projeto. O bairro Bosques de las Lomas, na Cidade do México, foi concebido como uma zona residencial em um contexto arborizado. Apesar disso, seu desenvolvimento arquitetônico não planejado desmatou o local, transformando a floresta em telhados e plataformas de concreto ajardinadas que drenam a água da chuva para o sistema municipal, reduzindo a infiltração da água no subsolo e destruindo a flora e fauna originais do local. A propriedade em questão faz fronteira ao leste com uma reserva federal, hoje desmatada pelo desenvolvimento do bairro e pela má administração das autoridades competentes.
Quando fomos convidados a visitar o terreno para o projeto da Casa BCH73, nos deparamos com uma estrutura em pedra pré-existente no terreno. Essa estrutura tinha sido resolvida com um muro de contenção que nivelou a parte superior da propriedade, deixando metade da propriedade 30 metros abaixo da estrada e de seus vizinhos. A presença da reserva federal a leste, a pré-existência do muro de contenção, a adesão ao regulamento e ao próprio programa do projeto, nos ajudou a tomar a decisão do partido arquitetônico, que se formalizou na proposta de um como elemento diáfano em balanço, cercado de visuais interessantes atuais e futuras (quando as ações ecológicas implementadas tiverem se desenvolvido), com uma clara divisão do espaço servido com o espaço servidor.
Nossa tradicional abordagem holística de trabalho nos levou a propor uma peça arquitetônico-estrutural, com fachadas protegidas e ventiladas, com recursos em termos de conservação e geração de energia (atingindo o fator Net-Zero), e com uma consciência hídrica e ecológica em relação ao meio ambiente, propondo uma espacialidade interna calma e diáfana (exigências programáticas do projeto), cercada de luz, ventilação natural, com vistas abertas e protegidas, com uma grande qualidade de vida do lado de dentro.
O fator Net-Zero foi possível pelo uso combinado das pilhas de energia suportadas por uma bomba de calor (movida a energia solar), pela orientação adequada, ventilação e proteção do entorno, bem como pela materialidade apropriada da construção. Em termos de água, foi instalado um sistema biodigestor para tratar as águas residuais para irrigar a área de proteção federal, bem como enviar águas pluviais para o subsolo para melhorar as condições da flora e da fauna na zona de floresta muito danificada.
Como parte do reflorestamento, decidimos plantar espécies endêmicas como Tepozán, Pino Moctezuma (Ocote) e Aguacateros (específicas para a fauna), bem como outros indivíduos arbóreos que cresceram naturalmente na estrutura pré-existente e abandonada da propriedade. Ficamos muito entusiasmados ao saber que um bassarisco (uma espécie ameaçada de extinção) foi encontrado vagando pela zona federal há alguns dias. Para o processo de construção, foi implementada uma estrutura pré-fabricada, que se projeta 20 metros acima da colina sem afetar a área de floresta já danificada.
Para quem?: Este projeto responde ao ambiente físico e social. A casa foi concebida como um lar para um casal de profissionais aposentados. A recuperação da encosta como espaço público e paisagístico responde ao ambiente físico e social.
Por quê?: Os proprietários atingiram a idade de aposentadoria e decidiram construir uma casa funcional e tranquila que atendesse suas necessidades na velhice. Dada a urgência de recuperar os espaços públicos, foram tomadas medidas para adaptar a reserva federal como parte de um entendimento holístico da arquitetura e da cidade.