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Arquitetos: A+
- Área: 400 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Lourenço Teixeira de Abreu
Descrição enviada pela equipe de projeto. Um projeto de reabilitação é uma oportunidade de dar uma nova vida a um edifício existente, alterando a forma como é utilizado e atualizando-o para os padrões de vida modernos. Por vezes, esse trabalho é realizado num projeto que inicialmente tem pouco ou nenhum valor arquitetónico (imediatamente entendido), noutros casos, o objeto do projeto de reabilitação, pode ser um edifício classificado ou um monumento, mas entre os dois existem milhões e milhões de estruturas bem construídas (e bem projetadas) que estão prontas e à espera para serem requalificadas.
A Quinta da Joaninha foi um desses projetos, concebido originalmente em 1960, esta casa era uma casa com um ar moderno, numa altura em que a modernidade não era totalmente aceite pelo Regime Português.
Ao trabalhar com este edifício, começámos por melhorar a eficiência energética da estrutura, injetando isolamento respirável numa caixa de ar pré-existente, criando um acesso ao vazio da cobertura que foi também totalmente isolado, e garantindo que a substituição de novas janelas e aberturas era feita por janelas energeticamente eficientes, mas minimalistas.
No exterior, a obra devolveu à casa o seu aspeto formal, mantendo e realçando as caixas de estores em betão que lhe conferem o seu carácter, e criámos três novas aberturas na fachada, cuidadosamente colocadas de modo a parecerem parte da estrutura original. Essas novas aberturas trouxeram mudanças para a vivência da casa, possibilitando um acesso mais direto ao jardim nas traseiras e aumentando a luz e as perspetivas do interior da casa.
Uma intervenção cirúrgica ao nível do layout geral foi o princípio condutor para a criação de uma cozinha moderna e mais aberta com uma pequena adega/bar, e a reorganização da zona dos quartos para que a casa passasse a ter uma suíte principal moderna. Relativamente à sua materialidade, as paredes em pedra do piso inferior, onde se situam as salas de estar e de jantar, foram ligeiramente reduzidas e equilibradas com painéis de carvalho natural, que criaram o mote para a escadaria e pavimentos, bem como as portas simples e modernas que foram adicionadas ao desenho.
Existem três casas de banho (e uma adicional na antiga Casa do Caseiro) que também seguem o interesse do atelier pela sustentabilidade, com a intenção de promover o uso de materiais naturais e de origem local, cada uma revestida com uma pedra portuguesa diferente.
Juntas, as intervenções tectónica, espacial e técnica, resultam numa casa mais eficiente energeticamente e cuidadosamente trabalhada, que trouxe uma construção da década de 1960 para o século XXI, garantindo que todo o carbono da sua construção original permanecesse nesta estrutura e reduzindo as suas necessidades e pegada para o futuro.