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Arquitetos: FWG ARCHITECTS SARL
- Área: 1312 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Thomas Jantscher, Delphine Burtin
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Fabricantes: 4B AG, Actiu, Bosch, Electrolux, Eternit, Forster, GCP Applied Technologies, Griesser, Kone, Laufen, Normann Copenhagen, Pavatex, Regent, Siemens, Slight, Velopa, Wiegand
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto é composto por dois volumes independentes: "La Coudraie", que é um alojamento temporário e oferece treinamento para jovens adultos com deficiência viverem de forma independente; e "Les Hêtres" que possui seis estúdios e espaços comunitários nos quais os alunos podem aprender e manter a autonomia na vida cotidiana de uma moradia individual.
Localização – um lugar de confiança. O projeto procura, em primeiro lugar, salvaguardar ao máximo o terreno, o que é particularmente qualitativo devido à natureza ali presente. Esta opção pela preservação dos espaços verdes e arbóreos, integrando também o futuro canteiro de obras, levou a agrupar as morfologias na parte alta do lote, posicionando-as de modo que o menor número de árvores fosse derrubado.
A natureza do programa, que combina habitações autônomas para os adolescentes, com espaços em que a "interação" é também o objetivo, resultou na criação de um pátio comum aos dois edifícios, Coudraie e Les Hêtres, bem como ao volume que será construído posteriormente. Este pequeno e central espaço é um ponto de encontro para todos os moradores, sem afetar a privacidade de cada uma das habitações. As estruturas arquitetônicas enquadram-se naturalmente no regulamento da região, com escadas semelhantes às do contexto próximo, bem como características geométricas únicas, mas que se assemelham às das casas vizinhas.
Programa: uma arquitetura "capaz". É dada especial atenção ao quarto e à área de estudos. O objetivo é oferecer aos moradores um espaço de convivência muito confortável e intimista, beneficiando-se de vistas emolduradas do jardim e do horizonte. Cada quarto é projetado para ser diferente dos demais, permitindo múltiplas possibilidades de layout (cama, mesa, posição do guarda-roupa) e através das geometrias que são intencionalmente não ortogonais em dois ângulos. O resultado é um espaço aberto e dinâmico. Além disso, o posicionamento das janelas é diferente para cada cômodo, o que os torna ainda mais exclusivos.
Os espaços de convivência também são personalizados, cumprindo o planejamento espacial para a autonomia dos moradores que a instituição tanto busca. A segunda questão reside na definição de espaços comuns, concebidos de forma que estes jovens estejam em contato uns com os outros, bem como com as equipes educativas do complexo. Esses limiares, onde se constrói a alteridade das pessoas, primeiro tomam forma em pequenas áreas de circulação entre os espaços livres dos pavimentos e no interior das habitações. Mesmo quando a porta está "aberta" (sinal de uma possível interação), o espaço do quarto não é oferecido de forma literal e completa.
No nível das residências, as áreas de circulação são projetadas como “janelas” para o entorno, posicionadas de forma transversal. Esses locais também oferecem áreas de relaxamento compartilhadas, com layouts que permitem aos moradores ler, trabalhar ou conversar. Os pavimentos térreos dos dois edifícios são projetados para que os espaços comuns se abram a um terraço bem orientado, ligado a um pátio arborizado que, por sua vez, conecta os espaços exteriores dos dois projetos. As entradas são cuidadosamente protegidas, mas de fácil acesso aos vestiários. A circulação no térreo é fluida e claramente articulada com a escada que se beneficia de uma espacialidade visualmente conectada aos dois níveis. Para La Coudraie, a cozinha conecta-se diretamente à sala de jantar e depois à sala de entretenimento. Com isso, os espaços são visualmente ligados por grandes janelas interiores que oferecem possibilidades de conexão entre si, bem como com a paisagem. A despensa tem vista para a escada e para a entrada, para maior conforto do zelador.
Um edifício amigo do ambiente. A escolha de uma construção leve com estrutura de madeira permite criar um ambiente saudável e ecológico usando recursos locais. A construção e a montagem no local são rápidas, pois o edifício é leve e tem fundações mínimas, tornando-o mais econômico. O telhado tem um alto padrão de isolamento (do tipo "MINERGIE P - ECO"), limitando altamente o consumo de energia. O volume é ainda aquecido por um boiler com alto desempenho energético e baixo impacto ambiental.