-
Arquitetos: Zhaoyang Architects
- Área: 1124 m²
- Ano: 2017
-
Fotografias:Jonathan Leijonhufvud
Descrição enviada pela equipe de projeto. Pu'er é uma pequena cidade no sul da província de Yunnan. A região se beneficia de um clima agradável e um ambiente natural. A cliente havia pedido uma casa na qual três gerações de sua família pudessem morar juntas. O local fica em uma área próspera com casas independentes, principalmente de três andares. A nova casa é uma estrutura de três andares de paredes de concreto armado com textura das formas de madeira. Essa expressão direta do concreto e a recusa em expressar uma preferência pela cor marcam uma postura humilde, mas intransigente, sobre os edifícios vizinhos rosa claro e amarelo. Uma parede curva no lado norte atua como um amortecedor contra o ruído do tráfego. Os principais espaços da casa são orientados para a colina no lado sudoeste do terreno, uma vez que essa orientação oferece privacidade e se relaciona diretamente com a natureza.
No piso térreo, os jardins oeste e sul parecem envolver os espaços interiores como em uma brincadeira de “empurrar”, o exercício chinês que visa promover o foco e o sentido de equilíbrio. A estrutura é bastante irregular, com paredes colocadas na parte norte da planta e colunas de aço ao longo dos limites dos pátios norte e sul. A textura áspera das paredes, mantida a mesma em ambientes internos e externos, contribui para uma qualidade atmosférica, mas de fundo.
As paredes internas foram suprimidas para que os móveis marquem os ambientes de um espaço sinuoso. O número de colunas também foi minimizado e as que permanecem são revestidas com cobre para torná-las imperceptíveis. O vão livre de 7,5 m, incomum para um prédio de três andares, exigiu uma viga invertida de 400 mm de altura. Os contornos do morro forneceram duas soluções conceituais para a planta do térreo. A primeira delas é que a parede da sauna e da sala de cinema, com sua face externa voltada para o jardim oeste, é lida como uma continuação da paisagem da colina e introduz uma geometria diagonal ao plano. A outra, é que os contornos das colinas voltados para o jardim sul permitem que uma escada acompanhe a geometria ortogonal da casa. A geometria da área de jantar é consequência da topografia.
Enquanto a planta do térreo brinca com os limites entre o interior e o exterior, varandas e vidros de laje a laje no segundo e terceiro andares criam uma relação cenográfica com a vida nos pátios do sul abaixo. No segundo andar, os corredores foram minimizados criando um conjunto de quartos. Mas a privacidade nos quartos faz necessário o uso de paredes, tornando a situação bem diferente do piso térreo. Um processo de “brincadeira de empurrar” teve que ser estendido desde o térreo para modular a delineação espacial dos pavimentos superiores e levar em conta a estrutura no posicionamento das paredes dos quartos. A fim de manter uma sensação de abertura em direção ao sul para os principais quartos no andar de cima, os problemas de circulação tiveram que ser minimizados pela criação de suítes.
Materiais naturais foram escolhidos para criar a atmosfera certa para a casa: piso e portas de teca, corrimãos de cobre, granilite para alguns dos pisos internos, alvenaria de pedra natural para o muro de arrimo e pedra para o jardim e a piscina. As árvores também foram plantadas levando em conta o sombreamento e controle da luz do sol.