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Arquitetos: Coonvite, Lucía Garzón, República Portátil
- Área: 26 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Julio Suárez, Jeffry Paredes
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Fundação Comunativa está localizada no bairro San José, realizando ações sociais e trabalhos de resistência contra o macroprojeto urbano que em 2010 devastou uma área de 17 bairros, pouco mais de 100 hectares, perto do centro de Manizales, Colômbia. Esta intervenção estatal surge com o desejo de “dignificar” o espaço habitacional urbano, com o custo social de deslocar os mais pobres do centro da cidade. Este ateliê desembarca, portanto, nas paisagens do "macro-desastre" como é chamado em Comunativa, realizando um projeto de pedagogias, cuidado e disputa sócio-espacial.
É preciso consolidar o Parque Urbitante, local onde se realizam pedagogias dentro de bananeiras e hortas de ervas medicinais cultivadas pela fundação. As hortas são usadas como uma "barricada verde", que avança lenta, mas implacavelmente para reconstruir o tecido destruído pela ação do Estado.
O PARQUE URBITANTE
A necessidade de cuidar do parque do Urbitante e o trabalho pedagógico que nele se realiza fizeram parte das conversas que foram travadas nos encontros durante a oficina. O projeto consistiu em dar forma a três elementos que estavam presentes nas histórias levantadas pelos alunos. O primeiro como uma articulação do parque por meio de microarquiteturas, compostas por sinalização na horta, equipamentos de jogos, murais e outdoor.
O segundo consistiu em uma visita ao Museu Bahareque, uma tecnologia de construção típica da arquitetura colombiana feita de argila e guadua (bambu). O Museu Bahareque é evidenciado por pequenas molduras de madeira que valorizam ou destacam a tecnologia de construção nas casas do bairro ao redor do parque. Por fim, a Sala de Aula Apu Kumanday, um espaço circular com presença e escala significativas, também conectado à rede elétrica, que torna visível as ações da Comunativa, por sua luz, forma, cor e tamanho.
SALA DE AULA APU KUMANDAY
É um espaço de encontro e aprendizado, onde foi instalada uma estrutura piramidal com sete peças de guadua, capaz de receber os módulos pré-fabricados com a técnica domocaña, tecido de fibras flexionadas que dão corpo ao telhado. A estrutura principal é unida no centro por um anel de compressão feito de aço. Todo o volume repousa sobre fundações de concreto armado feitas no local, pintadas de amarelo.
A bancada circular sustentada por seis sanitários reciclados, reúne os visitantes em volta do fogo, num dos locais significativos do Parque Urbitante. Este espaço foi mantido ao longo do tempo, superando o ritmo de outras construções temporárias anteriores. Nesta ocasião, e com uma altura de cinco metros, a cobertura vermelha da sala de aula acende-se à noite através da ligação à rede elétrica. O fornecimento de luz e uma caixa de tomadas proporcionam novas possibilidades no espaço.
EQUIPE DE ESTUDANTES E ARQUITETOS
Fernando Balette, Abril Aguilar, Camilo Jose, Juan Pablo Parejaa, Juli, Ricardo Hernandez, Alejandra León, Alexandra, Andrea Cabarcas, Mitch Gonzales, Nicole Garcia, Katherine Massana, Daniela Martinez, Daniela Nuñez, Julio Castro, Arturo De Gracia, Fermin Garcia , Cristian Aristizábal, David Riquelme, Peñafiel, Roberto Alvarado, María Paz Quiroz, Alejandro Alean, Juan Felipe Neira, Daniel Lara, Emilio Góngora, Cardoso Tavera, Simón Diaz, Kelly Rodriguez, Andrés Fernandez, Camilo Cardozo, Julian Gómez, Jorge de los Rios, Maria Loaiza, Mario Arias, Javier Crisanto, David Valle, Christ Zambrano