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Arquitetos: Lighthouse
- Área: 72 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Yashiro Photo Office
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto está localizado em Iki, uma pequena ilha remota na província de Nagasaki, no Japão. O programa do ACB Living consiste em um espaço de coworking e sua recepção, salas de treinamento para empresas, salas de trabalho remoto e um café. Ao espalhar o programa pela cidade, os usuários são convidados a passear pela região. Dessa forma, encontros acidentais e conversas espontâneas com os moradores da cidade podem ocorrer naturalmente. Em vez de reunir toda a entidade em um único volume, o programa é distribuído pela cidade com novas construções e pequenas intervenções remodeladas. Tal escopo se ajusta melhor à escala da cidade, permitindo que os vizinhos se sintam mais familiarizados com esses novos espaços.
A cidade sofre há muito tempo com o problema das casas e terrenos vazios. Ao estender o programa ACB Living por toda a cidade e deixá-lo assumir diferentes formas, a empresa pretende enfrentar este problema urbano premente enquanto amplia suas instalações. Os espaços internos do primeiro e segundo níveis são reduzidos ao mínimo para ampliar ao máximo o espaço externo na parte posterior do terreno e, consequentemente, garantir um baixo consumo de energia.
Levando em consideração as condições pré-existentes ao redor do terreno e o clima da região, exploramos uma solução de energia passiva que proporciona um ótimo aproveitamento do local. Três lados do terreno são fortemente cercados por edifícios vizinhos. Aproveitando esta característica peculiar e contando com o fluxo de ar específico do local, um espaço externo de pé-direito duplo sem paredes é projetado. Para controlar a quantidade de luz e exposição ao vento, ao longo do perímetro do espaço exterior são fixadas cortinas plásticas que os usuários podem manusear livremente. As cortinas ondulantes ajudam a visualizar a presença do vento e, ao mesmo tempo, borram as linhas do perimetrais. Além disso, as paredes vizinhas mencionadas anteriormente passam a fazer parte do design de interiores do projeto.
No passado, um espaço comum na cidade era definido por plantas, cadeiras e outros objetos cuja propriedade era ambígua. Até a entrada privada das casas estava vagamente conectada à esfera pública. O projeto visa trazer de volta uma relação de co-dependência com seus vizinhos, criando um ambiente apropriado onde essa confiança possa florescer. A localização deste projeto —em uma fresta entre as ruas da cidade—, diferentemente das áreas urbanas onde apenas o ruído mecânico pode ser ouvido, oferece aos seus usuários um tipo diferente de ruído: o som das atividades dos moradores, o canto dos pássaros e os insetos cantando. A disposição espacial que foi experimentada para este projeto não se restringe necessariamente ao seu programa atual, podendo ser facilmente transformada em residência ou loja. Além disso, é proposto um novo estilo de vida onde todos estão conectados de forma flexível.