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Arquitetos: RBK arquitectura
- Área: 438 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Luis Barandiarán
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Fabricantes: AutoDesk, FV, ferrum, fuentes de fuego, leddesing.com.ar
Descrição enviada pela equipe de projeto. Vivemos em um mundo em constante transformação, onde as cidades estão se tornando cada vez mais compactas, herméticas e friccionais, forçando a aglomeração de seus residentes, e Buenos Aires não escapa à tendência. A maior e mais populosa cidade da Argentina está se tornando cada dia mais lotada e edificada, e cada vez mais nos entrelaçamos com o aumento incontrolável de "multidões", mas que, antes do choque do desconhecido, parecem ser cada vez mais anônimos. É por isso que nos afastamos, nos fechamos e nos introjetamos em nossos pequenos mundos com menos empatia e proximidade, em um contexto que não há muito tempo atrás era uma comunidade orgânica. Elementos tão básicos como o sol, o vento, as árvores, a luz e a sombra parecem estar cada vez mais ausentes no cotidiano, mas eles continuam a habitar aqui, em nosso ambiente comum. Estes pressupostos estão se tornando cada vez mais procurados, mas a cada oportunidade damos cada vez menos espaço para que eles apareçam. Os deixemos em paz. Para deixá-los fluir e passar pelas nossas casas.
É por isso que às vezes nos perguntamos: para quê e para quem construímos? Nessas reflexões também surge a questão fundamental: o que podemos fazer para que os sentidos entrem em contato com a luz solar de que tanto precisamos, para que o som das folhas, a percepção do vento e a vegetação que muda de cor durante as estações possam coexistir em harmonia e em comunidade com nossa passagem pelo tempo? Com isso e como "bases" destas premissas, nasceu o projeto RH+, que procura recompor todas estas deficiências urbanas e alterá-las para melhorar a qualidade de vida de seus ocupantes. Em um lote que estava 95% ocupado por uma antiga construção abandonada (que não deixou quase nenhuma pegada verde de qualquer absorção de solo), e em um bairro que exigia permeabilidade devido a sua proximidade com o córrego Vega, optamos por deixar livre metade do terreno, embora fosse um lote muito pequeno para o desenvolvimento de um edifício vertical. Assim, foi possível deixar a maior quantidade de superfície de terra permeável, com uma mistura de vegetação com árvores frondosas que ajudam a limpar o ar.
No entanto, quando surge a pergunta "Para quem?", nossa proposta é que o projeto não tenha apartamentos "padrão", mas sim que seja uma combinatória em uma ramificação complexa e escalonada que varia a cada andar, proporcionando-lhe diferentes tipologias. Fugindo da monotonia e da norma, proporcionando uma maior confluência de habitantes de diferentes classes sociais e perfis, cooperando para convergir e formar uma comunidade na qual todos possam interagir. Cada uma das habitações tem ventilação cruzada, luz solar direta ou indireta e contato permanente com a vegetação do edifício. Tanto de dentro como de fora, com suas grandes varandas. Cada uma das unidades contam com este grande espaço externo com a própria vegetação pública do edifício, onde as grandes árvores do pátio interno e as do fundo abraçam e contêm todo o conjunto. O edifício foi projetado para que tenha manutenções pontuais no futuro.
Por isso a estrutura é mantida evidente, formando um jogo de sucessivos painéis de concreto aparente. O edifício coloca grande ênfase nas percepções sensoriais, como uma questão primitiva de reflexão sobre o estar. Ele assume um enorme compromisso com seus grandes espaços abertos, permitindo uma experiência plena da natureza. Essa sensação tão básica e fundamental, mas ao mesmo tempo tão escassa e esquecida nas grandes metrópoles, neste caso, em Buenos Aires. Dizemos sempre que "o projeto fortaleceu o edifício", fornecendo-lhe novas espécies, que absorvem CO2 e produzem o oxigênio necessário para melhorar a vida do edifício e da própria cidade. Dentre os elementos vegetais estão dez novas árvores, quatro grandes e seis de médio porte; além de 150 espécies (incluindo arbustos, plantas suspensas, trepadeiras, e cobertura com plantas nativas e borboletas), convidando novas variedades a aparecer ao longo do tempo. O edifício de habitação coletiva RH+ dá àqueles que ali vivem o presente de um raio de sol no rosto, possivelmente um ressalto de luz de uma árvore que os encante com um jogo de luz e sombra em seu interior, e talvez também lhes dê a tranquilidade de passar um tempo calmo e sereno com seus vizinhos.