Descrição enviada pela equipe de projeto. No passado, em um terreno no distrito de Rakuhoku, cidade de Kyoto, cada membro de uma família construiu uma casa e locais de trabalho, possibilitando que vivessem juntos, mas com seus espaços privativos. Esse modo de habitar é resultado da ocupação desse espaço por gerações, desde o final do período Edo. Embora agora existam limites legais de propriedade, até há pouco as pessoas cruzavam esses limites e circulavam conforme sua necessidade já que, na prática, esses limites eram tênues. Em termos de tempo de permanência, a casa é efêmera e a terra é permanente. Quando você mora aqui, você sente vontade de morar na terra e na casa. As duas casas e a oficina deste terreno foram demolidas para dar lugar a uma única casa.
Nesse projeto, não consideramos apropriado apresentar como proposta uma casa moderna usual. Porque, nos tempos de hoje, a propriedade privada e o individualismo baseado no direito moderno são uma constante. Assim, as casas, que servem de castelo para uma família, são construídas dentro de terrenos cercados por muros e portões, fazendo com que a cidade seja separada do espaço de morar e impondo um mundo limitado aos membros da família. No entanto, como esse ainda mantém os limites soltos da era pré-moderna antes das leis atuais, pareceu mais sensato retomar o passado. Em vez de uma casa separada do resto do mundo por limites sólidos, criou-se uma casa territorial que expande a consciência e está enraizada no mundo.
Este projeto habitacional exigia privacidade e luz. Se fôssemos traduzi-los para o espaço, teríamos que fornecer paredes externas e internas sólidas, janelas de tamanho apropriado na orientação correta e um interior bem iluminado, como é padrão nas habitações produzidas em massa de hoje. Aqui, no entanto, parecia desejável equilibrar esses dois opostos, lendo "privacidade e leveza" como "espaço e abertura''. Não é um pequeno terreno recém parcelado, mas um grande terreno no contexto urbano que oferece a possibilidade de criar uma casa com sentido de território e aberta.
Para criar um espaço para viver, elevei o solo ao longo da rua, criei um piso flutuante sobre o terreno. O aterro cria uma distância da cidade, enquanto ainda mantém a casa conectada a ela. O piso flutuante é materialmente conectado ao solo, mas sua borda flutuante cria um afastamento do mesmo. O telhado mukuri se estende para fora e cria uma área que também envolve o interior. O piso e o beiral são recuados para criar uma superfície de vidro irregular, e parte do interior tem piso elevado com tábuas de madeira e tatames. Desta forma, as áreas privadas são criadas em etapas desde o coração da casa até a cidade e depois abertas em etapas.
Além disso, o volume, as luminárias e as árvores são dispostas para dar suporte ao cotidiano dos moradores. A casa inclui alojamento, armazenamento e paredes estruturais. O piso superior também faz parte do volume e contém o quarto mais privativo. As luminárias estão localizadas ao redor do beiral, piso e sala de tatame para regular a privacidade, a luz do sol e o vento. As árvores controlam a linha de visão entre o interior e o exterior e refletem as estações.
O exterior é uma casa de telhado plano com beiral e telha, com uma superfície repetitiva de fenestração nas paredes externas. Os beirais e acessórios seguem a paisagem tradicional de Kyoto e, ao mesmo tempo, tentamos nos distanciar da atmosfera de bloqueio das casas atuais produzidas em massa compostas por caixas e paredes.
Em termos técnicos, a composição do talude, árvores, piso de terra, piso elevado e ferragens é um método antigo encontrado em jardins, templos, ermidas e casas medievais, enquanto a manipulação da forma em corte e a disposição de elementos discretos no avião são métodos modernos. Em outras palavras, ele se distancia ou se insere seletivamente no passado e no presente. Em termos de meio ambiente, ao mesmo tempo em que garante limites mínimos, como o ambiente natural e a propriedade, cria-se uma área amplamente perceptível e confortável para se viver. é excessivamente aberto em oposição a eles; é nessas áreas criadas subjetivamente que as pessoas devem viver.
