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Arquitetos: Bernardes Arquitetura
- Área: 1680 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Haruo Mikami
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Fabricantes: Alwitra, Arali Móveis, Artecor, Belas Artes, Construflama, Fulltech, Interbagno, Lightworks, Metalferco, Neorex, Placus, Scaravelli Savioli, Snald, Telecon, Tenda móveis, Tora Brasil
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa FG foi projetada em um condomínio a cerca de uma hora e meia da capital paulistana para um casal e seus filhos e surge da fragmentação do programa através de quatro volumes trapezoidais de concreto pigmentado, dispostos num harmonioso arranjo sobre o terreno de 12.152 metros quadrados e unidos por um mesmo eixo linear.
A articulação entre os diferentes blocos setoriza o programa da residência de forma que os três volumes frontais resguardam as áreas social e íntima, enquanto o volume da porção traseira concentra os espaços de serviço.
Tirando proveito da inclinação do perfil natural do terreno na porção norte, no bloco inferior localizamos a sala de TV e sauna, que encaixa o programa e assim o disfarça sem que a percepção de casa térrea seja perdida. Recuado em relação ao pavimento superior, recebe fechamentos em panos de vidro de piso a teto, que sombreado, parece desaparecer, criando a sensação de o volume principal flutuar. O restante do programa fica na cota mais alta.
No exterior, degraus gramados conduzem o acesso ao nível superior, e nas extremidades, o paisagismo assinado em parceria com Paisagismo d’ Orey Brasil recebe arbustos de philodendron. Já no nível principal, o deck e piscina com borda infinita tem acabamento em basalto. Como ombrelones naturais, duas árvores geram sombra para as espreguiçadeiras.
Nesta residência, os limites visuais e físicos entre interior e exterior são diluídos através de estratégias projetuais de integração. O mesmo material do deck (basalto) e forro da varanda (modular de madeira ripada) são utilizados no living e salas de estar, de jantar e área gourmet transformam-se em varanda quando suas esquadrias estão totalmente abertas para a piscina e jardim.
No bloco social, do ponto de vista material, a paleta em tons naturais traz conforto e bem-estar, onde se destaca as empenas de concreto pigmentado em tom avermelhado, madeira no forro e painéis, e placas de basalto no piso e volume da lareira.
No mobiliário, prevalece a mistura de peças (existentes da família, novas de designers brasileiros, peças mineiras, e de madeira maciça), buscando a simplicidade despojada de uma casa de campo. Os tecidos das poltronas e tapetes seguem uma paleta de cores em harmonia com as superfícies da arquitetura. Vale destacar que parte do mobiliário é integrado a arquitetura, como a lareira (em basalto e pedra sabão) e aparador da sala de jantar (em mármore).
A área gourmet serve de anteparo à sala de jantar e piscina, podendo ser integrada individualmente a cada um dos espaços. Os painéis de madeira de correr permitem ser abertos à sala de jantar, ou completamente fechados e abrindo a caixilharia de vidro ao exterior. Para assegurar ventilação e iluminação natural, elementos vazados de concreto foram utilizados como fechamento na empena lateral.
Na lateral direita do volume social, atrás do estar, posicionamos o acesso a uma pequena sala de TV privativa e suíte master. Do lado oposto, uma escada de acesso ao nível inferior é banhada por iluminação zenital. No dormitório, sobre a bancada de trabalho, um rasgo linear na empena de concreto pontua visada estratégica ao jardim.
Com desenho especial pela Bernardes Arquitetura, oito brises verticais de madeira posicionados transversalmente na varanda dos quartos sombreiam o interior ao mesmo tempo em que direciona a vista ao horizonte. Presos a estrutura destes, bancos revestidos com a mesma madeira e apoiados sobre um único pilarete fazem o papel de guarda-corpo.
No segundo bloco, a sudoeste, está a cozinha, lavanderia e três suítes de serviço. Na ala íntima, estão oito suítes, sendo duas delas suítes extras, além de duas salas íntimas, posicionados nos dois blocos da porção sudeste.
Nesta residência, a linearidade do corredor transforma-se em uma galeria que atravessa a sucessão de volumes, com um conjunto de rasgos estrategicamente dispostos, ora nos planos verticais (paredes), ora horizontal (laje), e que emolduram a vista externa. Em contrapartida, permitem que a luz preencha o espaço, num jogo de claros e escuros.