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Arquitetos: HARQUITECTES
- Área: 144 m²
- Ano: 2021
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Fotografias :Adrià Goula,
Descrição enviada pela equipe de projeto. Trata-se de um projeto para uma casa unifamiliar entre empenas que um amigo de Granollers, Barcelona, nos propôs. Seu desejo era uma casa que admitisse até quatro situações familiares diferentes; sozinho em casa, com seu parceiro ou em diferentes combinações com os filhos de ambos.
O terreno, ocupado por uma casa de térrea entre empenas, se desenvolve de rua a rua no sentido leste-oeste. A fachada oeste está voltada para uma rua principal da cidade e é, portanto, o acesso natural assumindo-o como entrada de veículos e aproveitando uma antiga construção como estacionamento. A aplicação das normas urbanísticas permite um volume entre empenas (4,80 m) alinhado com a rua; térreo mais três pavimentos superiores (14,60m de altura) e 14m de profundidade na fachada frontal. Apesar de ter um magnífico pátio no interior do quarteirão, um dos edifícios vizinhos, o que ocupa o muro da parte sul, ultrapassa o pé-direito regulamentar cobrindo praticamente toda a extensão do pátio, bloqueando a luz solar durante grande parte do dia. A altura reduzida da construção existente no local em relação ao vizinho sul e o seu volume foram as principais razões pelas quais se decidiu não aproveitar a referida construção.
Com base nas condições descritas, decidimos desenhar uma casa que utilizasse toda a altura disponível para obter iluminação solar "acima" do vizinho, construindo assim o máximo possível, embora sem completar toda a área construída permitida, criando um volume dividido em duas partes muito diferentes. Primeiro, uma sala vertical muito alta com entrada solar zenital, sem sombra do vizinho, depois uma torre com térreo e três andares superiores que abrigam um único quarto em cada nível.
A sala vertical, ao obter luz e captação através da cobertura, é totalmente fechada na fachada oeste, evitando os problemas desta orientação, sobretudo no verão, e protegendo a casa do ruído e da indiscrição da rua principal de acesso. O espaço resultante é de natureza excecional pelas suas dimensões, com características muito singulares, tornando-o um ambiente que acolhe tudo o que não está programado.
O próximo volume é a "torre" de quartos, no térreo e ao lado da sala de estar, esta edificação irá abrigar a sala de jantar e cozinha, o primeiro andar será o quarto do proprietário, o próximo será para a filha e o quarto e último para os convidados. Essa configuração permite ocupar completamente os andares da casa dependendo do número de usuários, não tendo sensação de cômodos vazios, se um andar não estiver ocupado, o morador não o percebe. Por ter um único cômodo por andar é criada ventilação cruzada e duas fontes de luz natural do jardim e da sala de acesso. Para facilitar esse efeito de luz e ventilação, a escada perde seu tradicional vão estrutural que separa os cômodos da rua dos cômodos internos e se dissolve ao redor da estrutura vertical, modificando a posição dos ambientes em cada andar. A faixa ocupada pelas escadas é complementada pelo restante do programa complementar aos quartos: banheiro, closet, cama...
A estratégia material-estrutural se traduz na forma de uma estrutura cerâmica para o envoltório - divisórias, fachadas e espaço coletor - e uma estrutura de madeira (painéis CLT) para o programa doméstico e de serviços. A primeira fornece-nos a inércia e ventilação necessárias para o correto funcionamento climático do volume, comportando-se como um espaço adiabático, a segunda gera conforto baseado no isolamento e gestão do ar. Essa dualidade material é percebida tanto no espaço multiuso quanto no doméstico graças a algumas aberturas que permitem passagem e vistas entre eles.
O regulamento permite a construção de um volume auxiliar que, neste caso, é utilizado como prolongamento do térreo. Um alpendre está estrategicamente posicionado para diferenciar dois espaços exteriores de carácter diferente: um pátio-terraço e um jardim.
