Descrição enviada pela equipe de projeto. O Teatro Yada está localizado em Yangxian Xishan de Yixing, uma cidade na região sudeste da China, rica em recursos naturais e culturais. Desde a dinastia Song, Yixing é a capital da produção de cerâmica chinesa. Além disso, contém a maior floresta de bambu da China, uma importante atração turística. No contexto contemporâneo de urbanização, Yangxian Xishan é uma prática bem-sucedida de revitalização rural de Yixing. É a primeira pequena cidade a alcançar abertura territorial e auto operação, e o Teatro Yada é o marco cultural da cidade. Adjacente ao Lago Yangxian, o teatro está situado em um terreno montanhoso coberto por 400 hectares de florestas primitivas de bambu. Montanhas, bambuzais e lagos compõem o sistema paisagístico local. Dentro dessa condição geográfica única, o Teatro Yada incorpora a estética ecológica existente em seu desenho. Para isso, desenvolve-se uma nova abordagem que integra a morfologia arquitetônica com a natureza de uma maneira que abraça a modernidade e preserva a identidade regional.
Além de entender a funcionalidade cultural como princípio de organização espacial, o projeto funde experiência física e características geomorfológicas para criar uma espacialidade integral. A partir do pátio central, uma série de espaços se expande em diferentes direções, intercalada em cada extremidade. Suas interfaces internas e externas são estendidas em pátios e conectadas por corredores cobertos, proporcionando um sistema de livre circulação que acompanha a inclinação dos morros para preservar ao máximo a geomorfologia existente. A escala arquitetônica descentralizada equilibra a percepção da topografia e do corpo para estabelecer um vínculo íntimo entre os humanos e o meio ambiente. Esta sutil sinergia do relevo e da morfologia construtiva gera uma forte tensão visual entre a arquitetura e o contexto na qual toda a estrutura parece flutuar levemente acima do solo.
A implementação de um layout tradicional do Jardim Jiangnan é uma estratégia de projeto anti-gentrificação que descarta o espaço excessivamente fechado e a função exclusiva dos teatros convencionais para fornecer serviços comunitários aos moradores do entorno, como reuniões públicas, eventos culturais e atividades de lazer. Este layout ecoa a perspectiva oriental da natureza, que busca incorporar estruturas artificiais à paisagem em escala humana, mantendo a legibilidade arquitetônica. Apresenta-se o espaço térreo de forma comunitária, aberta e acessível, incentivando as pessoas a se envolverem com o local, perambulando entre a arquitetura e a natureza. Assim, a arquitetura é concebida como uma esponja porosa que absorve e abraça os visitantes e o ambiente circundante. Os espetáculos terão lugar no palco, enquanto os outros ambientes cultivarão uma variedade de atividades espontâneas e promoverão cenários cotidianos animados. Essa abordagem de projeto se estende além do escopo arquitetônico, com o objetivo de beneficiar os moradores locais, os visitantes, as comunidades vizinhas em geral e o meio ambiente. Além de servir de palco para as artes cênicas na cidade, o Teatro Yada torna-se um campo gravitacional para a vida cultural que traz novo vigor e novas oportunidades para a região.
O auditório multifuncional se adapta ao relevo para maximizar a preservação da natureza e a diversidade de qualidades espaciais. Ele se estende ao longo da encosta do morro e possui uma grande janela de vidro atrás do palco que se abre para a natureza e atua como pano de fundo botânico gerando permeabilidade espacial entre a paisagem externa e o interior. À medida que a natureza se torna parte da performance, o auditório oferece ao público uma experiência teatral nova dentro de um atraente contexto verde. O auditório de 530 lugares pode ser usado de forma flexível para qualquer atividade recreativa, alternando entre palcos abertos e tradicionais para satisfazer as diversas necessidades de configuração dos concertos, peças teatrais e grandes eventos comunitários.
Sob tal escala arquitetônica, o projeto adota uma técnica de colagem para eliminar a sensação de volume, dotando a legibilidade arquitetônica de longe para perto. A fachada incorpora a seleção de materiais com a preservação do patrimônio cultural. São utilizados painéis cerâmicos verde-acinzentados feitos localmente para formando a primeira camada e depois adotando uma expressão de colagem para formar a segunda camada. O sistema de fachada dupla permite que cada detalhe arquitetônico seja percebido progressivamente de longe para perto, transformando um vocabulário arquitetônico moderno em um marco emergente enquanto reorganiza a reminiscência local.