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Arquitetos: Ago Architects
- Área: 745 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Kafin Noe’man
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Fabricantes: Conwood
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizada em um bairro denso em frente a uma estação de trem, esta mesquita de 3 andares com design passivo e uma escola no térreo serve como varanda para a comunidade vizinha. “A arquitetura deve falar de seu tempo e lugar, mas anseia pela atemporalidade.” - Frank Gehry.
Uma arquitetura atemporal - As primeiras mesquitas construídas na tradição islâmica no clima do Oriente Médio foram apresentadas como configurações de espaços abertos dentro do perímetro do forte e foram construídas sem simbolismos óbvios. Junto com o desenvolvimento da tecnologia de construção que começou durante a idade de ouro islâmica até hoje, as mesquitas estão sendo projetadas sob um forte simbolismo, um perímetro mais aberto (marquise) e equipadas com certas características geométricas e materiais. Na mesquita Jami Al-Hurriyah, tentamos projetar uma mesquita atemporal com uma forte abordagem ao contexto do local, como clima, cultura, hábitos das pessoas e estratégias de design passivas.
Abordagem histórica - No início da entrada do Islã na Indonésia, no século XIII (1200 anos após o Islã), foram construídas muitas mesquitas que são glorificadas no país hoje em dia, e ainda mantêm sua forma original, que lembra (por exemplo) templos hindus/budistas e até mesmo templos orientais como os pagodes asiáticos, ou também utilizam construção e ornamentação de edifícios típicos da região onde está inserida a mesquita. Uma aculturação em forma literal. Em empreendimentos subsequentes, a arquitetura da mesquita adotou formas do Oriente Médio, como a cúpula e os ornamentos, que foram introduzidos pelo governo das Índias Orientais Holandesas durante o período colonial. Em essência, a arquitetura da mesquita não tem regras formais, mas a ênfase está na função de adoração e interação social da comunidade. Acreditamos que a forma arquitetônica da mesquita pode se desenvolver e ser única em diferentes contextos, porque incorpora a identidade da comunidade que abriga e um poder de se tornar o genius loci do bairro circundante.
Estratégias arquitetônicas - Na Masjid Jami Al-Hurriyah (Masjid da Luz), tentamos criar uma arquitetura que não seja limitada pelo tempo, mas que tenha um forte pretexto ambiental, construindo um diálogo com o sol, com o clima e com a alta intensidade de interação do público neste local que aparece na estratégia e nos elementos do projeto arquitetônico como nossa 'tradução'. As estratégias utilizadas para uma nova compreensão de uma mesquita são:
3 telhados inclinados criando sequências - Cada segmento do telhado divide a área da mesquita em um alpendre acolhedor, uma área de culto com terraço e uma área de culto principal. O telhado inclinado fornece sombra e responde à chuva e ao calor. Na ponta de cada telhado há uma 'claraboia' que estabelece um diálogo entre os fiéis e o tempo; através da qual a luz natural mostra diferentes horários de oração durante o dia.
Simbolizando a palavra 'Allah' na integração das formas do telhado e do minarete - A integração dos 3 telhados e a torre forma um símbolo da palavra Allah quando vista na direção do terminal de trem.
Conforto Térmico - Esta mesquita foi concebida sem condicionamento de ar artificial, proporcionando uma ótima ventilação cruzada. A treliça de madeira sintética parece fornecer uma cortina e controlar o superaquecimento que permite ao volume manter o conforto térmico.
Escadas, terraços e pátios como espaços públicos - A função da mesquita serve não apenas para fins religiosos, mas também como um centro de interação comunitária que se apresenta através de um pátio aberto convidando a atividades. Além disso, por meio das escadas, o perímetro do volume serve como elemento para sentar e um espaço público acessível.