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Arquitetos: Enter Projects Asia
- Área: 2000 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Willam Barrington Binns
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Fabricantes: Project Rattan, Soraa, Unonovesette, Vexica
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto trata-se de uma galeria de colecionadores de arte em Chiang Mai, norte da Tailândia, composta por vários pavilhões internos cercados por jardins intrincados com esculturas e fontes de água ornamentadas. O escritório foi contratado para projetar a exposição das obras de arte usando materiais totalmente naturais. A coleção internacional de prataria, porcelana e faiança fina inclui a maior coleção Wedgwood do sudeste asiático. O proprietário e ávido colecionador procurou contextualizar uma ambição ao longo da vida expondo os tesouros acumulados em 50 anos. A Enter Projects Asia, que tradicionalmente tem sido um espaço clínico onde objetos de arte encontram o público, assumiu o desafio de dar vida à galeria, com zoneamento, iluminação e bancos de sua assinatura, combinando geometria 3D com artesanato tradicional tailandês. “Tentamos criar uma experiência imersiva, conferindo ao espaço um calor e profundidade incomuns em galerias de arte convencionais”, diz Patrick Keane, diretor da Enter Projects Asia.
O conceito se concentra em ideologias de design contemporâneas com espaço fluido, técnicas de trabalho paramétricas e formas dinâmicas que não podem ser vistas desde um único ponto de vista. Usando software de computador especializado em simular o movimento de nuvens e fumaça, as estruturas de vime tecem seu caminho através das várias zonas, exteriores e interiores, culminando em uma série de cápsulas que servem como armaduras para a próxima coleção. Os trabalhos de vime começaram durante a quarentena com a fabricação das três cápsulas principais, de 5, 4 e 3,5 m de altura, respectivamente. Cada lote de trabalho foi transportado da fábrica para Chiang Mai e montado no local. A estrutura de iluminação em vime foi o último elemento confeccionado e proporciona uma integração entre o interior e o exterior, pois flutua harmoniosamente sobre as diferentes áreas, conectando o pátio com a sala de jantar e com as áreas de exposição.
Um "estado de fluxo" pode ser descrito neste projeto: uma mudança e transformação sem fim, um passo contínuo de movimento, guiado pela natureza e pelas formas naturais incorporadas na composição de vime. Por sua vez, pode-se dizer que a natureza fornece a versatilidade de materiais naturais como o rattan, que é cultivado em abundância em todo o sudeste asiático. "Não é difícil ser sustentável na construção se nos adaptarmos ao nosso ambiente. Por que usaríamos plásticos sintéticos e tóxicos quando temos todos os materiais nobres que precisamos ao nosso alcance?", pergunta Keane.
A experiência de projetar uma galeria de arte também leva Keane a acreditar que "os arquitetos devem buscar formas alternativas às exposições clínicas e antissépticas que todos conhecemos. As galerias de arte do futuro serão organismos vivos e experiências multidimensionais, mais relacionadas ao ambiente em que vivemos. A arte é uma representação da vida", diz Keane. Se é “vida” que ele e sua equipe pretendiam trazer para este projeto, o resultado é, sem dúvida, a personificação disso: vital, inovador e evolutivo.