-
Arquitetos: NR Arquitetura
- Área: 820 m²
- Ano: 2019
-
Fotografias:Tarso Figueira, Gabriela Daltro
-
Fabricantes: Cinex, Deca, Demuner, Omni Light, Portobello Shop, Roberto Alban Galeria
Descrição enviada pela equipe de projeto. As ideias que nortearam o projeto arquitetônico da Casa Alphaville surgem de uma linguagem contemporânea e estruturalmente definida por grandes vãos internos, além das aberturas terem vista emolduradas através das esquadrias. A implantação da casa foi definida para ter o máximo de recuo na frente, e por isso o arquiteto valorizou a posição de tal forma a dar mais amplitude ao jardim tropical de espécies nativas da Mata Atlântica proposto pelo paisagista Alex Hanazaki.
A horizontalidade e transparência vieram fruto de uma harmonia estética indicada para a fachada, de tal forma que o paisagismo, que circula a habitação, se descortina propondo uma integração interno-externo a medida que a luz e os elementos naturais são incorporados à arquitetura. Essa intenção se reflete em escolhas projetuais como esquadrias com panos maiores, eliminando travamentos e montantes que interceptariam visualmente a vista, brises em madeira de lei que se movem a mercê da necessidade de insolação e a jardineira que circula o pavimento superior.
Disposta em três pavimentos, basicamente toda a área social se concentra na região térrea, o pavimento superior ficou destinado a ala íntima, e no subsolo, a parte de serviço como garagem, dependência de funcionários, academia e lavanderia. Parte da volumetria foi revestida com placas cimentícias da Castellatto, que adentram no living principal da casa, valorizando, ainda mais, o conceito contemporâneo do projeto arquitetônico.
Outro grande detalhamento foi a forma metálica esbelta da escada de acesso ao pavimento superior, destinado às suítes. Com chapa dobrada pintada na cor preta, a escada ganha ares escultóricos quando elimina qualquer estrutura mais robusta e aparente, e recebe a leveza da chapa com o piso de madeira de lei. Seus espelhos vazados realçam ainda mais a sensação dos pisos de madeira flutuarem e revelam um jardim interno, também planejado por Alex Hanazaki. A valorização da natureza também aparece por colocar a Suíte Master no fundo da construção, muito tida pela escolha da orientação solar favorável, porém, o fator determinante foi o visual panorâmico da copa das árvores de Mata Atlântica nativa, fruto da área de preservação permanente do condomínio.
Dentro das escolhas para este projeto, a predominância de elementos naturais e puristas é percebido tanto na arquitetura, quanto na decoração. A valorização dos espaços foi uma premissa importante para a definição do layout, além de uma preocupação com a funcionalidade das escolhas, tendo em vista a necessidade de atender as expectativas e os anseios do estilo contemporâneo de viver: conectados, integrados e conscientes.
Logo ao entrar, a porta de madeira ripada descortina um elemento vazado metálico que funciona com guarda-corpo da escada, também metálica. Neste Hall de Entrada, o banco Orbes Basic, do designer Guilherme Torres, feito de madeira maciça ebanizada com assento em couro estruturado, já revela aos visitantes, que as escolhas contemporâneas seguirá por toda a casa. Ratificando esse conceito, a escultura do artista polonês Frans Krajcberg, completa as boas-vindas.
Na Sala de Jantar, a mesa Hold, do brasileiro Jader Almeida, dialoga perfeitamente com um dos clássicos do design nacional: a poltrona Beg, do mundialmente consagrado Sérgio Rodrigues, que feita em 1967, ainda, nos dias atuais, imprime um olhar atual à forma da peça. Ainda no mesmo ambiente, uma parede de concreto em réguas – que reveste a fachada e entra valorizando um volume que abriga a parte de serviço da casa, contrasta com grandes panos de vidro com moldura preta das esquadrias externas, que ora valoriza o paisagismo, ora quebra a luz com as cortinas de linho cru que circula todo o ambiente, incluindo o living.
Para uma boa conversa, o Living desta casa é formado pelo sofá em L, duas poltronas Palitos, assinado por Danilo Lopes e Paula Gontijo, uma poltrona Ipanema BF, do Bernardo Figueiredo e um tapete em diversos tons de verde.
No pavimento superior, a ala íntima das suítes, revelam um jogo de contraste entre o revestimento cimentício – o mesmo que aparece no living e na fachada da casa, e a madeira cumaru do piso. Na Suite da Filhinha, mobiliário clássico como a Poltrona Ralph e o apoio Adélia se somam ao conjunto da cama que mesclam almofadas temáticas com palhinha natural da cabeceira da cama. Na estante da mesma suíte, a praticidade dos nichos à altura da criança, facilita a guarda de brinquedos e objetos.
No final do corredor, após uma porta de vidro Milk, a Suíte Master se volta para a Mata Atlântica preservada ao fundo da casa. A poltrona Mole e o banco Mocho – ambos de Sérgio Rodrigues, é a visão de quem entra. Na cabeceira, um painel de Concreto abriga grandes fotografias de arte e uma super cama de madeira torneada que agrega contemporaneidade ao ambiente. No Sanitário Master, cuba de mármore Nuvolato, metais pretos e persianas de madeira natura horizontal, finaliza a suíte principal da casa.