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Arquitetos: Zapantiotis Fotis Associated Architects
- Área: 500 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Giorgos Sfakianakis
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Fabricantes: Flaminia, LIGHT PLUS, Luce Lighting, Neve Rubinetterie
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto diz respeito à construção de três residências de férias distintas num complexo existente localizado na Praia da Vagia em Serifos, Grécia. A intervenção centrou-se no restabelecimento da relação entre os volumes e o relevo natural, uma vez que foram inicialmente construídos a um nível superior ao permitido, de forma a evitar a elevação do lençol freático na região. Consequentemente, o térreo permaneceu isolado do ambiente circundante, enquanto os volumes pareciam totalmente separados e expostos em relação ao terreno natural.
O considerável desnível foi dimensionado em direção à praia através de dois rebaixamentos sucessivos, com o objetivo de melhorar a visão do complexo a partir do mar. O térreo de cada residência responde a um primeiro terraço sombreado no mesmo nível, antes de terminar em um terraço mais amplo no nível inferior, orientado para o oeste e para a vista.
Os terraços ao leste funcionam como muros de contenção, como formações sólidas e cúbicas, ou conduzem, como uma laje, aos muros de contenção de pedra seca que cercam toda a composição. O uso de concreto cor de areia nos terraços dá a sensação de um material sólido e natural, otimizando sua integração na paisagem natural.
A intervenção centrou-se, então, na criação de espaços intermediários, pátios interiores e elementos ausentes do estudo inicial, mas considerados necessários para o bom funcionamento e utilização das residências de veraneio.
Filtrando o movimento público para o interior, este espaço de transição oferece às residências um espaço adicional ao ar livre, um pátio introspectivo vital para a vida social dos usuários, que é um aspecto típico da arquitetura das Cíclades. Cada residência adquire assim seu próprio recinto, com pátios internos, espaços intermediários e terraços abertos alinhados com a vista.
As “paredes lineares” formam os pátios. Elas são construídas a partir de pedra local, seguindo os eixos de projeto das três residências, para restabelecer a noção de “limite rígido” que estava ausente no projeto inicial. O limite do muro de pedra, com seus cheios e vazios, articula-se na parte posterior das residências, funcionando tanto como proteção contra os ventos fortes da região, quanto como filtro primário separando o espaço público do privado, garantindo assim a privacidade necessária ao usuário.
O elemento água, através de uma fonte, é utilizado no centro do pátio comum que se torna um ponto de referência para o complexo. Movendo-se da entrada central ligeiramente para cima da área circundante, o usuário tem a visão do espaço gradualmente intensificada como elemento surpresa, terminando neste pátio de nível inferior situado centralmente na composição, onde todo o movimento se inicia.
Os eixos de movimento, paredes lineares, plantas, elementos de água e áreas de estar tornam-se as principais peças da composição, contrastando dinamicamente com as novas adições e os volumes pré-existentes. Os materiais como pedra local, concreto pigmentado pela areia vermelha das escavações e construções metálicas integram o complexo ao ambiente circundante e servem de referência à tradição mineira de Serifos.