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Arquitetos: Perkins&Will
- Área: 2700 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Renato Navarro
Descrição enviada pela equipe de projeto. Consolidar um espaço corporativo para uma empresa nativa digital foi o principal desafio do design de interiores concebido pela Perkins&Will São Paulo para a Alice, gestora de saúde que tem por missão tornar o mundo mais saudável. A healthtech oferece soluções em atendimento médico e preventivo a partir do uso da tecnologia. No início de setembro, foi eleita Top Startup de 2022 na premiação Melhores & Maiores, da EXAME. Sua sede, localizada na Avenida Rebouças, Zona Oeste da capital paulista, ocupa uma edificação monousuário composta por térreo e dois pavimentos, além de um rooftop integrado à paisagem urbana. Acabamentos em madeira e concreto são realçados por panos de vidro e uma paleta de cores vivas, sobretudo magenta – mais precisamente a cor da casca da pitaya, presente na identidade da marca –, além de roxo e verde abacate.
O térreo abriga uma ampla arena de eventos com sistema acústico de transmissão 360o para propiciar maior interação entre participantes, imprescindível para a Alice, que possui modelo de trabalho híbrido. Também no térreo situam-se espaços de trabalho dedicados aos profissionais de saúde, onde podem realizar consultas virtuais e, ao mesmo tempo, manter a privacidade necessária. Dotados de portas transparentes, eles atuam como vitrines dos processos e cuidados que permeiam a jornada das pessoas. O posicionamento "remote first" não excluiu a necessidade de criar um local estimulante para enraizar a cultura empresarial e valorizar os momentos de convivência. "Mesmo antes da pandemia o home office estava incorporado ao dia a dia da companhia, mas recebemos uma demanda muito clara de proporcionar as condições ideais para encontros de qualidade, fossem virtuais ou presenciais", afirma Fernando Vidal, Managing Director da Perkins&Will São Paulo. A equipe dedicou-se a propor diferentes espaços conforme o tipo de uso e número de Pitayas – como a Alice chama seus colaboradores – contemplando desde tarefas individuais, quanto de times menores ou maiores, reuniões e grandes eventos.
"Criamos protótipos de estações de trabalho com características de home office, como certo silêncio e privacidade, mas inseridos no ambiente corporativo", resume Leandro Gushiken, arquiteto do time. Nesse contexto, foram criados dois formatos de espaços individuais, sendo um de uso temporário, voltado à realização de reuniões virtuais e ligações, e outro uma espécie de casulo, facilitando a concentração em tarefas complexas por períodos estendidos. "São espaços mais exclusivos inspirados na privacidade que algumas companhias aéreas oferecem aos passageiros premium", explica o arquiteto Carlos Andrigo, que também atuou no projeto.
Seguindo a analogia, foi criada uma categoria intermediária, um pouco menos privativa. É composta por áreas demarcadas por biombos de altura média e comportam confortavelmente de 8 a 16 pessoas, criando um ambiente propício para o trabalho em conjunto, ou squads. Por fim, há as áreas compartilháveis, mais acessíveis, onde todos são bem-vindos, como em um grande coworking. "Traduzimos essas diferenciações no layout fazendo uso de certa astúcia arquitetônica, abrangendo mobiliário, iluminação e novas tipologias", afirma Leandro Gushiken. O magenta marca o pórtico que funciona como entrada principal e se faz presente em amplos bancos e em septos recuados. Piscinas invertidas com concreto aparente funcionam como luminárias. A luz natural que adentra pelas laterais envidraçadas perpassa as plantas suspensas e reflete mudanças de tonalidade conforme o dia avança, transmitindo a ideia de que saúde é algo vivo, colorido e capaz de emanar a sensação de Bem-estar.