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Arquitetos: McMahon Architecture
- Área: 188 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Fernando Manoso
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Fabricantes: CREST, Cambridge Joinery , Clay-works, DSM Steel Design , Grovecourt, Maxlight, Sunseeker
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta casa representa um novo lar para um casal que lida com os ofícios da escrita e da direção cinematográfica. O projeto reinventa um terreno estreito e negligenciado na extremidade de uma edificação da década de 1960, construída onde explodiu uma bomba da Segunda Guerra Mundial. A ideia era maximizar o potencial do local, criando um espaço para morar e trabalhar que atendesse aos requisitos atuais dos clientes, mas que também tivesse potencial para se adaptar e crescer à medida que as circunstâncias mudassem.
Um longo processo de dois anos foi necessário para convencer os órgãos regulamentadores a aceitar uma abordagem de design moderno e contemporâneo que finalmente obteve aprovação para uma casa de três andares a qual respeita o espírito da edificação adjacente dos anos 60, ao mesmo tempo em que aborda o contexto vitoriano da rua vizinha. A chave para desvendar o terreno foi utilizar o potencial subterrâneo e integrar os espaços do subsolo no layout. Trabalhos estruturais complexos foram realizados para criar um porão completo.
As restrições orçamentárias significavam que não haveria uma construtora principal e cada pacote seria gerenciado separadamente. A estreita colaboração com o cliente - que atuou como gerente de projeto - foi essencial e o processo exigiu um compromisso dedicado da equipe de construção que comprou com entusiasmo o projeto. O desenho foi definido por sua natureza elementar e é composto por uma base de tijolos no nível da rua com uma estrutura de madeira finamente detalhada acima. O porão é formado em torno de dois pátios os quais permitem que a luz solar penetre profundamente nos espaços. A forma simples é complementada por uma chaminé escultural de tijolos que marca a composição geral e forma um ponto focal para o térreo em planta livre.
O tijolo avermelhado foi escolhido para se adequar ao contexto variado, com detalhes de concreto e argamassa de cal branca ampliando a sólida base monolítica. A madeira no primeiro andar é finalizada em óleo branco, criando uma composição unificada que expressa a relação tectônica entre os volumes superior e inferior. As formas são sutilmente articuladas em todo o terreno, abordando o contexto da rua e da esquina. Um recuo entre o térreo e o primeiro andar cria uma claraboia que se estende ao longo da área de estar. Vigas de madeira são expostas internamente, modulando a entrada de luz e criando sombras que enriquecem o espaço ao longo do dia. Uma bancada contínua de concreto moldada in situ demarca as áreas de cozinha, jantar e estar formando um espaço tectonicamente simples e ordenado.
As janelas externas voltadas para a rua são protegidas para garantir a privacidade, enfatizando a natureza elementar dos volumes. Grandes aberturas envidraçadas conectam-se aos pátios internos e uma janela panorâmica é formada no primeiro andar, emoldurando vistas distantes da cidade. Internamente, uma paleta de materiais quentes e naturais é empregada - inspirada em parte pelo tempo que o cliente passou morando no México - com concreto, tijolo e madeira utilizados conforme o desenrolar do percurso do público para o privado. Uma parede de gesso conecta os três andares e o subsolo, diferentes tons de argila envolvem as paredes e tetos, criando uma sensação de aconchego. Uma escada iluminada pela parte superior se abre para permitir que a luz circule por toda parte. Através da integridade material e detalhamento cuidadoso, o volume busca criar uma generosidade espacial e tranquilidade que o local original não mostrava ser possível.