Elizabeth de Portzamparc recebe o Prêmio Arquiteto do Ano do IAB-RJ

Elizabeth de Portzamparc, carioca radicada em Paris desde 1969, tem ganhado muitos prêmios na Europa por sua atividade destacada em arquitetura e urbanismo, principalmente à frente de projetos de grande porte, na França e na China – em que constrói bairros inteiros, centros de ciência, museus, e uma monumental torre de 262 metros de altura em Taiwan, entre vários outros. Neste ano de 2022, ela inclui em sua lista de feitos e reconhecimentos o Prêmio de Arquiteto do Ano do IAB-RJ.

No dia 15, às 17h, ela fará a palestra magna de em uma solenidade do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, em homenagem ao Dia do Arquiteto e Urbanista, no MAR (Museu de Arte do Rio, na Praça Mauá). Após sua fala, haverá um debate com Sérgio Magalhães e mediação de Nádia Somekh.

O que tem destacado Elizabeth de Portzamparc no cenário atual da arquitetura, e talvez seja a chave do sucesso para vencer tantos concursos internacionais – em que os participantes são identificados por números, e não nomes – é sua ousadia e a profunda conexão com a natureza. No projeto vencedor em 2021, na China, “Living in the leaves”, em Huizhou – uma região de árvores milenares do distrito de Guangdong – , para a construção de casas, cabanas, e um SPA, em uma área de 43 mil metros, ela faz um “manifesto contra o desflorestamento”. Além de todo o desenho arquitetônico que se mimetiza com a natureza, serão usados materiais locais como madeira, pedra e terra. “Ao lidar com uma zona virgem, precisamos fazer como os povos indígenas, e em vez de construir coisas que podem agredir, devemos propor um modo de viver completamente integrado, em respeito total à floresta, coabitando, enriquecendo este ecossistema sem agredir. Nós temos que conviver com a natureza, com delicadeza, e fazer parte dela”, afirma.

No recentemente concluído Palácio da Ciência em Pudong, Xangai – Science Hall of Zhangjiang – com área de 120 mil metros quadrados, o parque urbano se integra à construção ascendendo suavemente, em um plano inclinado até o teto, onde além da área verde estão barzinhos e espaços para exposições e eventos.

Sobre Elizabeth de Portzamparc 

Elizabeth de Portzamparc é arquiteta com mestrado em antropologia e sociologia urbana e pós-graduação em urbanismo. Radicada em Paris desde 1969, em 1977, aos 29 anos, fundou e dirigiu o Ateliê de Urbanismo Participativo da cidade de Antony, na França, com foco nos diferentes modos de uso dos edifícios e da cidade, e também na identidade e particularidades do lugar.

Em sua pesquisa “Les quartiers de Antony – 1979” (“Os bairros de Antony – 1979”), definiu a noção de sub-bairros, que determina a menor escala de vida social urbana, assim como o conceito de hierarquia de intimidade dos espaços, dois parâmetros que a seu ver deveriam fundar todas as análises e concepções de cidades. Esta noção se aplica a todas as escalas urbanas – edifícios, ruas e a metrópole.

Diversidade e a liberdade dos espaços urbanos, para que sejam “habitados”, nos diversos sentidos da palavra, são conceitos fundamentais. Elizabeth de Portzamparc pratica a “arquitetura de conexões”, visão de seu trabalho que expressa a ideia fundamental de que o arquiteto deve pensar e favorecer a instalação da totalidade das conexões que um projeto pode estabelecer com o seu contexto físico, social e cultural.

Consciente das questões ambientais, Elizabeth criou em seu escritório, em 2008, um ateliê de urbanismo sustentável, com uma equipe multidisciplinar que inclui sociólogos e antropólogos que participam no desenvolvimento dos seus projetos experimentais. “O arquiteto é um instrumento de regeneração de ecossistema – A Arquitetura como um enriquecimento de um ecossistema existente”, afirma.

Para ela, “os ecossistemas urbanos são um somatório de interações e fluxos cada vez mais complexos entre habitantes, atores econômicos e políticos, espécies animais e vegetais, ideias, clima, histórias, espaços físicos, recursos naturais. É necessário recorrer à pluridisciplinaridade. Urge adotar uma visão e uma definição mais ampla do que é o contexto. Ele é também ambiental, econômico, social, climático, urbano, e deve ser entendido através de uma abordagem holística. A arquitetura deve não só entender e se inserir nos sistemas existentes, como contribuir para enriquecê-los numa dinâmica virtuosa”.

“A sustentabilidade urbana é inseparável da sua dimensão social, e as práticas arquitetônicas favorecem a criação de ligações e espaços comuns. Precisamos pensar em novas formas de viver nas zonas metropolitanas”, destaca.

  • Título

    Prêmio IAB-RJ – Arquiteta do Ano: Elizabeth de Portzamparc
  • Tipo

    Evento
  • Organizadores

    Elizabeth de Portzamparc
  • De

    12 de Dezembro de 2022 06:00 PM
  • Até

    15 de Dezembro de 2022 05:00 PM
  • Onde

    do IAB-RJ (Rua do Pinheiro, 10, Flamengo) e no MAR (Museu de Arte do Rio, na Praça Mauá).
  • Endereço

Este evento foi enviado por um usuário de ArchDaily. Se você quiser, pode também colaborar utilizando "Enviar um evento". As opiniões expressas nos anúncios enviados pelos usuários archdaily não refletem necessariamente o ponto de vista de ArchDaily.

Cita: "Elizabeth de Portzamparc recebe o Prêmio Arquiteto do Ano do IAB-RJ" 12 Dez 2022. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/993631/elizabeth-de-portzamparc-recebe-o-premio-arquiteto-do-ano-do-iab-rj> ISSN 0719-8906

¡Você seguiu sua primeira conta!

Você sabia?

Agora você receberá atualizações das contas que você segue! Siga seus autores, escritórios, usuários favoritos e personalize seu stream.