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Arquitetos: Uygur Architects
- Área: 6 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Asif Salman
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Embaixada da República da Turquia em Dhaka está localizada na estrada principal de um distrito reservado como o Sítio Diplomático. A edificação é vizinha à Embaixada da República da Coreia, e à Embaixada do Reino da Arábia Saudita nas laterais, bem como às Embaixadas do Canadá e dos Estados Unidos da América do outro lado da rua. O lote pequeno em comparação as embaixadas vizinhas e o extenso programa de requisitos pode ser considerado um dos aspectos desafiadores do processo do projeto. O programa inclui principalmente o consulado, a chancelaria, a residência do embaixador, as salas de recepção, o alojamento e as unidades dos hóspedes. Devido à escala do terreno, não seria adequado resolver o programa com um esquema fragmentado, desta forma, os grupos de usuários com diferentes relações de circulação, privacidade e necessidades de segurança são separados uns dos outros e resolvidos em uma estrutura focal.
O início da narrativa deste projeto se deu com a visita dos arquitetos a Dhaka, devido às suas referências inspiradoras e à autenticidade das características locais. O clima, e os materiais predominantes na região, desempenharam um direcionamento na criação das principais imagens para o projeto. Reconhecendo as rotinas de vida ao ar livre do clima tropical como dados culturais importantes, as características externas tais como pátio, cobertura, rua, varanda, terraço, brise-soleil e copa moldaram as imagens principais através da reinterpretação. Ao mesmo tempo, recursos “exteriores cobertos” são utilizados para integrar as interpretações do espaço semiaberto no projeto e para acomodar a necessidade de abrigo das chuvas sazonais. Quando todos esses aspectos se traduzem no projeto, a experiência do bairro é reinterpretada dentro do complexo, e os elementos mencionados desempenham um papel determinante no volume total da estrutura. Configurações de ruas abertas e cobertas, passagens definidas e espaços de circulação meticulosamente projetados oferecem um sentido multifacetado ao usuário em um terreno que de outra forma não seria fragmentado, considerando seu tamanho.
O projeto surge com a disposição dos espaços privados e das áreas de uso externo ao redor de um pátio, separados um do outro, mas em uma configuração transitória. A residência e as unidades de alojamento de hóspedes são colocadas na periferia do pátio, e a sala de recepção que se abre para o jardim é planejada sob a área da residência. Embora a estrutura seja percebida como um volume único e grande, seguindo esta solução de planta onde a privacidade de cada unidade e suas relações definidas com outras unidades são buscadas, ela, na verdade, se transforma em um complexo compacto de edifícios menores com circulações, terraços e beirais próprios. As formas prismáticas das massas são enriquecidas com elementos arquitetônicos que criam jogos de luz e sombra sob a forte luz do sol. O pátio se torna o centro de gravidade de um conjunto permeável onde as inter-relações das unidades se intrincam. Itens da história da República da Turquia que o edifício representa, como iwan e portões da coroa, foram isolados e reinterpretados para dar ao edifício uma identidade contemporânea e única.
Na arquitetura, a composição dos materiais tem um papel importante na construção de uma identidade e memória espacial. Na Embaixada da República da Turquia em Dhaka, a coexistência do Mármore Marmara exclusivo da Anatólia, e o tijolo que é um material local exclusivo de Dhaka, funde o país ao local situado em um volume definido. A concisão do repertório material composto por concreto aparente, mármore branco e tijolo vermelho forma uma tectônica que funde essa estrutura combinando diferentes programas sob o mesmo teto por meio da unidade da linguagem.