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Arquitetos: Gaillng Rickling architectes
- Ano: 2021
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Fotografias:Guillaume Baeriswyl
Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa Marie-Louise está localizada na parte inferior da encosta sul do Bec du Corbeau, perto do centro de Morgins, Suíça. Seu contexto é relativamente denso e heterogêneo. O projeto é implantado na parte superior do lote de forma a buscar vistas distantes e desobstruir a porção sul, criando um jardim. A inclinação natural do terreno permite distinguir duas entradas, a da casa principal no "térreo superior", e uma sala «montanha» no "térreo inferior", que funciona com vestiário e serve às duas habitações de forma independente.
Ao propor a adição de um apartamento independente à residência principal, a construção participa, em sua própria escala, da luta contra a expansão do território de Valais. Este programa responde também a um pedido da proprietária, uma senhora aposentada que se lança numa nova obra e pretende antecipar o seu envelhecimento. A casa poderá acomodar um cuidador, se necessário. Nessa mesma reflexão, o escritório localizado no térreo pode se tornar um quarto que, conectado ao banheiro acessível, oferece uma opção à proprietária em caso de mobilidade reduzida.
O nível inferior é trabalhado como uma base mineral em concreto aparente, enquanto os níveis superiores são feitos em estrutura de madeira. As fachadas são tratadas com revestimento vertical de madeira pré-envelhecida no térreo e vazada no sótão. A sobreposição dos níveis marca a horizontalidade do volume, que se estende ao longo do terreno. O efeito é acentuado pela cornija em madeira e contrabalançado na integração com os pilares, também em madeira, que pontuam a fachada e entre os quais se inserem os vãos.
No centro da casa, a circulação vertical se desenvolve como um ressurgimento da base mineral com uma grande parede estrutural e sísmica de concreto contra a qual se apoiam as escadas. Grandes janelas francesas acentuam a permeabilidade entre o interior e o exterior. O espaço habitacional projeta-se assim na paisagem mantendo-se ancorado ao terreno onde se insere. A integração de grandes janelas contemplativas, principalmente no apartamento e no quarto principal, oferece um generoso enquadramento da paisagem. Mesmo no interior, as montanhas continuam presentes.
Trabalhos de carpintaria personalizados são utilizados em toda a casa com a integração de armários em cada ambiente. No apartamento, a área de jantar arquetípica do chalé é interpretada com a implantação de uma bancada que serve de baú e se estende para uma unidade de estar e para os degraus em direção ao jardim. Cozinha e móveis de banheiro também foram projetados pelos arquitetos, em diálogo com os artesãos. O projeto combina madeira de abeto e lariço por dentro e por fora. O lariço é utilizado nas partes mais expostas às intempéries, como os caixilhos ou a cornija. Também no interior, é utilizado para os elementos mais utilizados como o corrimão ou as bancadas dos banheiros.