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Arquitetos: JC Arquitectura, Kiltro Polaris Arquitectura
- Área: 797 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Cesar Béjar, Oscar Hernández
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Fabricantes: Novaceramic
Descrição enviada pela equipe de projeto. Ao contrário de muitas cidades mexicanas que surgem de um assentamento colonial, a cidade de Escárcega nasceu no início do século 20 como um assentamento para a exploração da goma, borracha e pau de campeche. Um destes campos, chamado “Kilómetro 47”, deu origem à cidade, mas o nome foi dado pelo engenheiro Francisco Escárcega Márquez. Com o intuito de expandir a ferrovia de Veracruz em direção à península de Yucatán, o engenheiro Escárcega ficou encarregado de conectar por terra as duas regiões, o que viria a se tornar a Ferrovia do Sudeste. Foi somente em 1990 que o ejido (propriedade rural de uso coletivo) de Francisco Escárcega se tornou um município e posteriormente uma cidade do Estado de Campeche. Hoje a cidade tem aproximadamente 32.000 habitantes e sua força reside em sua privilegiada situação geográfica: a cidade funciona como um nó de comunicação entre Villahermosa, Tabasco (e sua continuidade em direção ao estado de Veracruz), Chetumal, Quintana Roo, ao leste, e Mérida, Yucatán, ao norte.
Quase 100 anos após os primeiros assentamentos e com uma marcada tradição ferroviária, Escárcega tem a possibilidade de complementar e melhorar sua infraestrutura urbana através de um programa de investimento federal. Nesse contexto e em conjunto com outras seis intervenções, o Centro de Saúde N1 é apresentado como uma estrutura de concreto aparente que irá servir aos habitantes da cidade. O Centro de Saúde N1, embora seja um programa definido para funcionar como uma clínica de tratamento básico, pretende ser uma estrutura versátil, bem ventilada e iluminada, permitindo, se necessário, uma multiplicidade de usos. Com isto em mente, o edifício pode perdurar no tempo e adaptar-se às mudanças de necessidades da cidade em crescimento.
Em termos de abordagem arquitetônica, consiste em uma série de corredores estruturais resolvidas com abóbadas de berço em concreto armado. Esses corredores podem acomodar diferentes usos e funcionar como espaços de transição (foyer aberto), espaços de convivência com programas definidos (consultórios, farmácia, administração, usos múltiplos, salas de atendimento, etc.) ou acomodar um corredor de serviço que conecta todas as salas. O sistema estrutural resolve o projeto inteiro com seis abóbadas de berço que são interrompidas por uma série de pátios. Estes pátios permitem a coleta da água da chuva, iluminação natural, circulação coberta para equipe e pacientes, assim como ventilação natural para todas as salas. É uma clínica aberta para a cidade que, através de uma série de corredores versáteis e pátios centrais, oferece acesso a um serviço básico de saúde.