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Arquitetos: ACDF Architecture
- Ano: 2021
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Fotografias:Adrien Williams
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Fabricantes: Focus
Descrição enviada pela equipe de projeto. Construída em um terreno arborizado de 23.220 metros quadrados, a família urbana queria uma casa moderna para aumentar sua comunhão com a natureza, tanto interna quanto externamente, servindo como um refúgio tranquilo permitindo que os membros da família se reconectassem e também desfrutassem de momentos solitários.
A macieira. Durante as primeiras explorações do conceito, os arquitetos buscaram uma abordagem sensível para desenhar a natureza dentro da casa, enquanto o proprietário abraçou memórias vívidas da infância de crescer em um ambiente de pomar. A macieira era um símbolo de seus primeiros encontros com a natureza quando criança, e da continuidade dessa conexão anos depois, enquanto colhia maçãs com seus próprios filhos, parte de uma tradição familiar. A macieira foi instantaneamente incorporada à visão coletiva, tornando-se o núcleo do projeto.
A integração da macieira permitiu à família desfrutar de uma tão desejada ligação com a natureza, concretizada através de relações íntimas com vários momentos do dia e de condições climáticas associadas a cada estação. As crianças aprenderam e os pais reaprenderam a cuidar da macieira; observando-a crescer, aparando seus galhos, tratando-a preventivamente de doenças ameaçadoras e admirando suas flores e seus frutos. Essa relação garante que a natureza circundante da casa se torne muito mais do que apenas um espetáculo de beleza passiva. Ela tornou-se um elemento do cotidiano da família e contribui para a consciência da fragilidade da natureza e do seu papel vital neste planeta. Serve de exemplo vivo de como o ser humano pode, e deve, (re)aprender os fundamentos da coabitação com a natureza.
Caixas de vidro e madeira interligadas. A fim de integrar a macieira de uma maneira que atendesse ao desejo da família de esfumaçar as linhas entre o interior da casa e sua beleza natural externa, a equipe focou na transparência e na abertura como fundamentos da escolha óbvia para o conceito arquitetônico: A casa de vidro modernista e minimalista.
O projeto começou com o simples posicionamento de duas lajes de concreto, revestidas em caixilharia maciça de alumínio, para definir os limites horizontais da estrutura. No centro, para permitir o replantio da macieira, foi criada uma abertura maximizando a entrada de luz e enquadrando as vistas para o céu e para as copas das árvores.
Três caixas de madeira individuais foram então inseridas entre os planos horizontais, cada uma ligeiramente saliente, projetadas para seu propósito único. O conceito das caixas era claro, e a equipe as reformulou para acomodar com precisão as funções previstas.
Uma caixa abriga a garagem e área de serviço da casa, e a segunda caixa é dedicada aos quartos e banheiros dos filhos do cliente. A terceira caixa emoldura a suíte master, composta por um quarto, uma sala privativa e um banheiro. Cada uma das caixas individuais oferece um refúgio aconchegante e privado do ambiente comum do espaço principal da casa, mas todas mantêm conexões visuais tanto com o ambiente natural externo quanto com os espaços internos da casa em um pátio central aberto que abriga a árvore de maçã.
Conexões perfeitas. As ligações com o exterior são feitas através do desenho e aplicação de múltiplas camadas de uma composição que transita do exterior para o interior. Ao se aproximar da casa lateralmente, adjacente à caixa que abriga a garagem, grandes blocos de concreto quase institucionais definem um caminho claro de degraus que levam à entrada principal. Ao projetar ambos os acessos, era importante para a empresa que tanto a garagem quanto a porta da frente levassem ao mesmo ponto de entrada experiencial dentro da casa.
Ao se aproximar da entrada principal, camadas de vidro fornecem uma visão do hall interno. Através de aberturas na parte central da casa, uma varanda coberta nos fundos emoldura as vistas externas da floresta. No lado interno dessa varanda coberta, no centro da estrutura principal, um pequeno pátio aberto e protegido do vento mostra a árvore, que prospera em seu ambiente natural. O alpendre coberto, com o seu fogão a lenha e assentos confortáveis, foi concebido como um espaço de convívio com uma ambiência interior/exterior em sintonia com a envolvente interior e exterior. Aberto dos dois lados, o alpendre coberto é equipado com telas que garantem o melhor dos dois mundos, proporcionando proteção contra insetos e intempéries. Com as telas abaixadas, a varanda fechada proporciona uma sensação de integração com os espaços internos da casa.
A equipe orientou a casa com muito cuidado para maximizar a entrada de luz durante todas as estações, e as aberturas que conectam os espaços garantem que haja luz solar durante todo o dia também. No inverno, a presença de luz abundante ajuda a aquecer os pisos de concreto e evitar a perda de calor.
Uma janela para o mundo. O planejamento cuidadoso e a atenção aos detalhes definem a abordagem para a funcionalidade interna da casa. Um piano vertical fica ao lado da entrada principal, infundindo um ar de elegância e sofisticação nas introduções da casa. O piano é perfeitamente encaixado em uma sala construída sob medida, estrategicamente posicionada para permitir a utilização do piano sem impor a dinâmica mais ampla da sala principal.
O amplo nível aberto no espaço central totalmente envidraçado apresenta um piso de concreto polido, com janelas do chão ao teto, proporcionando uma conexão poderosa e perfeita com a beleza natural do exterior. Para contrariar a reverberação que os vidros abundantes às vezes incitam, foram instaladas tábuas de madeira no teto, com vãos de meia polegada entre elas. Na parte inferior das tábuas, foi inserido um tecido preto que contribui ainda mais para a captação da reverberação, ao mesmo tempo em que garante a harmonia acústica do espaço aberto. A planta aberta compreende uma cozinha, uma área de jantar e uma generosa sala de estar, iluminada por luminárias suspensas da Lambert et Fils, um fornecedor com sede em Montreal cujas luminárias inovadoras foram integradas em vários projetos da ACDF.
O espaço expansivo é como uma obra de arte fluida. Uma lareira suspensa de fabricação francesa denota a única intrusão decorativa no espaço elegante e escassamente mobiliado. O principal ponto focal da obra de arte é a beleza da natureza, evoluindo ao longo das quatro estações e emoldurada pela transparência total das paredes envidraçadas. Para manter esse equilíbrio, os móveis foram cuidadosamente selecionados por sua neutralidade, incluindo uma mesa de jantar em madeira maciça de fabricação italiana com linhas simples e acabamentos em madeira preta e clara que complementam o projeto. Os móveis feitos no Quebec completam o assento confortável da sala de estar, com seus estofados em tons de cinza claro, rosa e verde, infundindo sutis explosões de cores no ambiente.
